‘Está na cama por alguém que nem deveria estar na rua’, lamentam vizinhos sobre Eloá
“Ela passa por aqui e sempre me fala bom dia seu Fortunato, sempre sorridente e esperta. Está na cama por alguém que nem deveria estar na rua”, lembra Fortunato Carvalho, vizinho da pequena Eloá, de apenas três anos de idade. A menina está internada na Santa Casa de Campo Grande, em estado grave, após ser […]
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“Ela passa por aqui e sempre me fala bom dia seu Fortunato, sempre sorridente e esperta. Está na cama por alguém que nem deveria estar na rua”, lembra Fortunato Carvalho, vizinho da pequena Eloá, de apenas três anos de idade. A menina está internada na Santa Casa de Campo Grande, em estado grave, após ser agredida por um rapaz na última quarta-feira (11) no bairro Moreninhas. E não há quem não se comova com a história da criança, sempre sorridente.
“Vi ela toda molinha no colo da menina que correu para levar no Upa”, lembra a cabeleireira Adalice Brito, 52 anos. Eloá Aquino Carvalho teve a cabeça arremessada no chão na rua Baobá por um rapaz que sofre de problemas psiquiátricos. Ele tentou fugir, mas foi perseguido e detido por populares. “Só lembro do pessoal batendo nele, teve um rapaz que viu tudo e estava muito indignado”, conta Adalice.
A cabeleireira disse que estava no salão, quando ouviu a gritaria na rua. “É triste para a família da menina, mas também é triste para a família dele, que chegou aqui e nem conseguia acreditar no que aconteceu”, comentou. “Já vi ele passando por aqui alguns dias atrás, sempre com a cabeça baixa, nunca consegui ver o rosto dele e não pensava que poderia fazer algo desse tipo”, complementou.
A mulher afirma que depois desse episódio, teme pela família, já que vê frequentemente pessoas drogadas ou com problemas psiquiátricos, andando pela região. “Tenho uma neta da idade dela [Eloá] e não consigo me imaginar nessa situação. Como um homem desses pode estar na rua. Agora a gente pensa toda hora que pode acontecer com a gente”.
Vizinho da família, o aposentado Fortunato Carvalho, 58 anos, ainda tenta absorver o que aconteceu. Na quinta-feira, ele esteve no hospital para fazer uma visita à criança. “Estava linda como ela sempre foi, estava dormindo”, disse, assustado com a violência do agressor. “Não podia estar na rua uma pessoa como essa”, lamentou ele. “Ela era saudável, brincalhona e agora está na cama de uma hospital por causa de alguém que nem deveria estar na rua”.
O outro vizinho, Anibal Carvalho, disse que a mãe de Eloá era muito cuidadosa. “Ela sempre passava aqui [em frente] com as crianças e nunca deixava elas sozinha. Estavam sempre todas bem arrumadinhas, do lado da mãe”. O barbeiro Diego Monteiro, que trabalha perto de onde as agressões ocorreram, disse que viu no momento em que o autor estava sendo detido e agredido por populares. Um guarda municipal de folga foi quem impediu que o autor fosse linchado. “É triste demais ver isso acontecer com uma criança de três anos você não poder fazer nada”.
O caso
A mãe da criança contou na Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) que foi até o posto de saúde para vacinar o bebê de 5 meses. Ela voltava do posto com o filho de 5 anos ao lado dela, o bebê e a menina de 3 anos no carrinho quando o crime aconteceu.
O desconhecido surgiu na frente dela, levantou a menina pelas pernas e bateu forte com a cabeça dela no chão. Ele iria fazer o ato novamente, mas a mãe conseguiu impedir e segurar a criança, quando também começou a gritar e populares detiveram o suspeito.
A menina foi socorrida pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e levada para a Santa Casa com traumatismo craniano grave e suspeita de morte cerebral.
A mãe do suspeito também prestou depoimento na delegacia e disse que em conversa com o filho, ele contou que não se lembrava do ocorrido. Ela ainda relatou que ele é paciente psiquiátrico esquizofrênico, que é agressivo, que já foi agredida por ele e que agora ele mora sozinho.
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