Parece até roteiro de série da Netflix, mas aconteceu em . ‘Professor', como é conhecido Melrison da Silva, é apontado como o causador do aumento em até 100% de casos de furtos a bancos no Estado entre 2015 e 2018, sendo que após trabalhos da polícia dentro e fora dos presídios houve uma queda expressiva em 2019.

Com um único caso de furto a bancos registrado pelo (Delegacia Especializada Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) em 2019, o delegado titular Fábio Peró contou à equipe de reportagem do Jornal Midiamax os motivos dessa redução após 35 registros em 2018.

Da série para realidade: conheça o 'Professor' suspeito de aumentar furtos a bancos em MS
Delegado titular do Garras, Fábio Peró (Foto: Marcos Ermínio, Midiamax)

Preso no Mato Grosso por envolvimento no furto de agências bancárias em , Melrison divulgava tutoriais pelo WhatsApp, o que provocou um aumento nos casos, principalmente de tentativas a furtos. Em 2015 foram registradas 11 ocorrências, em 2016 18 ocorrências, em 2017 foram 21 e em 2018 o maior número, 35.

“Muitos foram presos em 2018 tentando furtar, porque ainda estavam aprendendo”, pontuou o delegado Peró. Após as ações contra os ladrões identificados dentro e fora do presídio, em 2019 foi feito um único registro. Ainda conforme a autoridade, não há um perfil exato dos assaltantes de bancos, mas normalmente eles já têm passagens e a maioria se especializa no furto a agências bancárias, além de lotéricas, Correios e até mesmo farmácias.

Os valores furtados também são aleatórios, conforme o que os ladrões encontram nos bancos. E normalmente os mesmos presos pelo crime voltam a furtar bancos quando saem da cadeia. “Em interceptações telefônicas já ouvimos várias vezes eles dizerem que praticam porque dá dinheiro e não dá cadeia”, disse o delegado, uma vez que a pena para furto é mais branda do que para assaltos ou roubos com uso de arma.

Das mais diversas formas, Mato Grosso do Sul já teve assalto a bancos em que os ladrões engravatados saíram pela porta da frente, em plena Avenida Afonso Pena, mas também casos como o de Sonora em abril de 2016 em que os assaltantes ‘fecharam' a cidade e explodiram a agência bancária.

Outros casos mais comuns são o de ‘pescaria', em que os ladrões usam um aparato para sequestrar envelopes de depósito dos caixas eletrônicos e também o corte dos caixas com uso de maçarico e serra mármore o serra copo. Em uma ocorrência inusitada em 2017, um carro-forte foi explodido com uso de dinamites na região de fronteira de MS.

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Material que seria utilizado pelos ladrões em Sidrolândia (Foto: PM)

O delegado Fábio Peró pontuou que algumas quadrilhas acabam se formando dentro dos presídios e que os ladrões de bancos costumam viver disso. “Eles são presos e não tem nada com eles, gastam todo o dinheiro”. Segundo Peró, dupla recentemente presa no Piauí após roubar uma agência em Bodoquena distribuiu os mais de R$ 100 mil furtados em várias contas bancárias de familiares e não tinham nada quando foram presos.

Último caso noticiado pelo Midiamax foi uma tentativa de furto ao Sicredi de Sidrolândia, cidade distante 70 quilômetros da Capital. Na ocasião dois adolescentes foram apreendidos, sendo que um acabou morrendo em troca de tiros com a Polícia Militar nove dias depois, durante um sequestro em Campo Grande.

Importante lembrar que os casos na e Correios são registrados e investigados pela Polícia Federal, tendo por vezes apoio de equipes do Garras.