Lourival de Souza Fernandes é julgado por popular nesta quinta-feira (24), pela segunda vez, após ter sido absolvido do crime em fevereiro. O caso aconteceu em 2 de maio de 2016, ocasião em que o acusado atirou seis vezes em Anderson Aparecido Ferreira na casa dele, no Jardim Colorado.

No primeiro julgamento, os jurados entenderam que Lourival agiu em legítima defesa, no entanto o (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) entendeu que o réu agiu com dolo, com intenção de matar a vítima. Anderson foi assassinado com seis tiros após suspeita de que tinha furtado a casa da namorada de Lourival na época.

Em depoimento, Lourival contou aos jurados e ao juiz Carlos Alberto Garcete que uma semana antes do dia do crime, Anderson já tinha invadido a casa da namorada do réu e cometido furto, levando cosméticos que ela revendia. Eles não registraram boletim de ocorrência e uma vizinha viu que era Anderson o autor do furto.

No dia 1º de maio, a vizinha viu quando Anderson entrou na casa da namorada de Lourival novamente. Ela ligou para a mulher, que voltou para casa. Segundo Anderson, naquela noite por volta das 23 horas a namorada ligou para ele chorando e contando sobre o caso, mas ele não quis se envolver.

Já na manhã do dia 2, a namorada teria ligado novamente. Lourival afirmou que foi até a casa de Anderson apenas para saber onde estavam os objetos furtados e que até levou R$ 300, que daria para ele para recuperar os pertences. Ele disse que levou o revólver calibre 32 porque sabia que Anderson era uma pessoa perigosa e violenta, usuário de drogas e que costumava cometer delitos no bairro.

Conforme o réu, ele questionou sobre os pertences, mas Anderson não quis responder e sacou uma faca de açougueiro, partindo para cima dele. Os dois teriam entrado em luta corporal, quando Lourival atirou. Ele afirmou que não queria atingir a vítima, mas que no momento de nervoso descarregou o revólver. Anderson foi encontrado no quintal de uma casa vizinha, após ter tentado fugir, foi socorrido e morreu 23 dias depois no hospital.

Alegações do MPMS

A acusação é feita pela promotora de justiça Lívia Carla Guadanhim. Ela alega que a faca, que a princípio teria sido utilizada por Anderson, não foi localizada no local do crime e há poucos indícios de que ele realmente estaria armado. Além disso, apontou aos jurados que Lourival ainda atirava enquanto a vítima tentava correr, tentando descartar qualquer possibilidade de legítima defesa.

A promotora também exibiu um vídeo com depoimento da namorada de Lourival na época, que teve a casa furtada. A mulher chegou a dizer que não pediu para ele recuperar os objetos furtados e também que não tinha certeza se Anderson era o autor dos furtos. A intenção do MPMS é de que o réu responda pelo , qualificado por motivo torpe.