Um dos presos durante a Operação Oiketicus, que desarticulou suposta quadrilha de policiais militares que atuavam no de cigarros em Mato Grosso do Sul, o 2º sargento Ricardo Campos Figueiredo foi dispensado da função especial que exercia na governadoria.

De acordo com publicação no Diário Oficial do Estado desta terça-feira (10), o sargento exercia a função de ‘Agente de Segurança Velada da Casa Militar do Estado de Mato Grosso do Sul’, e recebia, segundo Portal de Transparência do governo, cerca de R$ 8 mil por sua nomeação na Segov (Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica), pasta onde a Casa Militar é vinculada.

O decredo publicado hoje também cancela ‘o pagamento da vantagem pecuniária na função de Agente de Segurança’. A publicação é assinada pelo Chefe da Casa Militar, coronel da PM Nelson Antônio da Silva.

Prisão

Figueiredo foi preso no dia 16 de maio acusado de obstrução de Justiça e por porte ilegal de armas. Chegou a ser solto no dia 19, mas voltou à prisão no dia 24 de maio, quando o MP-MS (Ministério Público Estadual) recorreu e requereu a detenção, alegando que ele destruiu celulares enquanto agentes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) cumpriam mandado de busca e apreensão na residência do PM.

No dia 5 de junho, três pessoas, entre elas um promotor de justiça, uma delegada de polícia e outro policial militar, testemunharam contra o sargento. Já no final do mês de junho, a defesa do sargento apresentou à justiça uma nova versão que poderia derrubar o argumento de obstrução, alegando que foi a esposa de Ricardo quem destruiu, por motivos particulares, os aparelhos celulares.

Engano

Nos autos da prisão, agentes que prenderam o PM afirmaram que ele teria se escondido no banheiro da casa e destruído celulares que usava para conversar com chefes, amigos, colegas e familiares. Os responsáveis pelo cumprimento do mandado na residência do sargento relataram inclusive terem ouvido os aparelhos sendo quebrados.

Ao todo, a Oiketicus prendeu 29 policiais militares, entre praças e oficiais, por supostamente integrarem esquema de contrabando de cigarro na região fronteiriça.  Eles foram acusados dos crimes de passiva, cuja previsão de pena é 12 anos de prisão mais multa, e organização criminosa com pena de até 8 anos de reclusão.