Sargento da PM quebrou celulares e xingou colegas ao ser preso por suspeita de corrupção

Militar é nomeado em cargo de assessoria

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Suspeito de integrar a ‘máfia dos cigarreiros’, Ricardo Campos Figueiredo, sargento da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, teria destruído dois celulares e xingado os colegas que o prenderam nesta quarta-feira (16), em Campo Grande. Ele está entre os policiais militares presos durante a operação Oiketikus, desencadeada pela Corregedoria da PMMS e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado).

Segundo apurou o Jornal Midiamax, Ricardo teria se revoltado ao ser informado por um superior de que estava detido e teria quebrado os dois celulares que usava no momento. Figueiredo é nomeado assessor especial no Governo Estadual. Segundo os relatos, além de destruir os equipamentos que seriam apreendidos como prova, ele xingou os colegas de farda responsáveis por cumprir o mandado de prisão.

Fonte: Governo de MS, Portal da Transparência)
Fonte: Governo de MS, Portal da Transparência)

O militar foi encaminhado para a sede da Corregedoria da Polícia Militar onde prestou depoimento.

Consta no portal da transparência do Governo do Estado que a remuneração de Figueiredo como policial é de R$ 7.042,26, já pelo cargo de assessor lotado na Secretaria de Governo, o salário é de R$ 3.247,62, com abonos que podem chegar a R$ 4.881,29. Apesar da renda que ultrapassa R$ 10 mil, Ricardo é investigado em esquema integrado por policiais suspeitos de cobrar propina para facilitar a passagem de cigarro contrabandeado do Paraguai por Mato Grosso do Sul.

No total, 20 policiais foram presos nesta quarta-feira (16) durante a operação. Em nota enviada à imprensa, o Gaeco confirmou que cumpriu 19 mandados de prisão preventiva, 1 mandado de prisão temporária e 45 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Juízo da Auditoria Militar.

‘Rota cigarreira’

A megaoperação contou com a participação de cerca 125 policiais militares e nove promotores de Justiça.

Os mandados tiveram como alvo residências e locais de trabalhos dos investigados, distribuídos nos municípios de Campo Grande, Dourados, Jardim, Bela Vista, Bonito, Naviraí, Maracaju, Três Lagoas, Brasilândia, Mundo Novo, Nova Andradina, Boqueirão, Japorã, Guia Lopes, Ponta Porã e Corumbá.

Todas as cidades fazem parte da chamada ‘rota cigarreira’, que integra rodovias, estradas e cabriteiras usadas para transportar cigarros produzidos no Paraguai e vendidos ilegalmente nas ruas de cidades brasileiras a preços bem menores que os oficiais, por não pagar impostos.

Dentre os policiais militares presos, estão praças e oficiais. Após a realização dos procedimentos de praxe e eventuais lavraturas de autos de prisão em flagrante pela Corregedoria da Polícia Militar, serão encaminhados ao presídio militar de Campo Grande.

Todos os mandados de busca foram cumpridos, mas um mandado de prisão preventiva permanecia em aberto até a publicação deste texto.