Na maioria das vezes esses veículos são usados para cometer outros crimes

O número de roubos a veículos diminuiu 17% nos dois primeiros meses de 2018, se comparado ao mesmo período do ano passado, em Campo Grande. A estatística é da Sisp (Superintendência de Inteligência de Segurança Pública). Na maioria das vezes esses veículos são usados para cometer outros crimes, como por exemplo, tráfico de drogas, assaltos ou são levados para o Paraguai.

Em janeiro e fevereiro de 2017, foram registrados 92 casos de roubos enquanto esse ano, o número não passou de 76. Já em caso de furtos, que é quando o ladrão não tem contato com a vítima, também houve diminuição, foram 322 contra 273 neste ano, o que representa uma redução de 15%. No total (roubos e furtos), foram registrados 414 no ano passado contra 349 nos dois primeiros meses do ano, isso representa uma queda de 16%.

A queda não representa uma melhora, pois os números ainda são altos e os criminosos se comportam com a mesma agressividade de sempre. Isso é notável nas inúmeras matérias veiculadas. São motocicletas, caminhões de fretes, guinchos, carros de passeios e motoristas de aplicativos que na maioria das vezes têm seus veículos roubados.

De acordo com a delegada titular da Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos), Aline Sinott, não houve mudanças no comportamento agressivo dos criminosos. “Eles se comportam da mesma forma como se comportavam antes, não houve mudança quanto a isso”.

O tráfico de drogas e o roubo a veículos caminham juntos, tanto que é comum veículos apreendidos com drogas terem registro de roubo ou furto. “Eles (bandidos) precisam do veículo para transporte, eles precisam do veículo como moeda de troca, dificilmente eles vão separar um do outro”, diz a delegada ao ser questionada sobre a ligação que esses dois tipos de crimes possuem.

Recuperação

Nem sempre a Polícia consegue recuperar o veículo em bom estado. “Os veículos são encontrados de todas as formas, depenados, incendiados, faltando algumas peças”, acrescenta a delegada.

Quando esse veículo está em bom estado ou até mesmo tem condições de ser utilizado novamente, é necessário que o proprietário vá até a Defurv, levando o boletim de ocorrência, para que o veículo possa ser liberado.

Um senhor que preferiu não se identificar, contou para o Midiamax todo o processo que ele percorreu para recuperar o carro, um Uno, da filha que foi furtado no dia 27 de fevereiro e encontrado no dia 28 do mesmo mês.

Nos dois primeiros meses do ano, roubos a veículos têm queda de 17%

Ele disse que na hora que a filha saiu para almoçar, o veículo não estava mais lá. “Foram achar (carro) no outro dia lá pelas três horas da tarde, todo estourado, batido e a roda de trás amassada, no bairro Guaicurus”.

Burocracia

Depois da boa notícia de que o veículo foi recuperado, ele foi surpreendido com toda a burocracia necessária e os gastos para poder retirar de dentro do pátio o carro. Foram dois dias até conseguir todos os documentos necessários e o dinheiro.

“Tivemos que levar o boletim de ocorrência, como o veículo não estava no nome da minha filha, pois ainda não tínhamos transferido, tivemos que levar o dono do carro também”. O carro só é liberado com o guincho, que é por conta do proprietário, então tivemos que acionar o guincho para buscar o veículo”, conta.

Em média ele gastou R$ 500 com o guincho e demais gastos para arrumar o veículo. Os pertences que estavam dentro do carro não foram recuperados.

A delegada diz que é necessário e de extrema importância que seja registrado o boletim de ocorrência. “Se não houver comunicação, não há como verificar se esse veículo está passando por uma fronteira, pois se ele estiver com registro de roubo tem como evitar que ele passe essa fronteira”.