Quase seis meses depois de Christiano Luna de Almeida ser condenado a 17 anos de prisão por matar o segurança Jeferson Bruno Escobar, o Brunão, em frente de uma casa noturna da Capital, desembargadores da 2ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) acataram recurso da defesa e diminuíram a condenação para 12 anos de prisão.

O pedido dos advogados de Christiano foi ingressado no judiciário em 19 de janeiro, quase dois meses depois do Tribunal do Júri decidir condenar o confeiteiro pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil e de maneira que dificultou a defesa da vítima.

No recurso, a defesa queria que os desembargadores anulassem o júri ou diminuíssem a pena do condenado, de acordo com José Belga Trad, advogado de Christiano.

Os três desembargadores que avaliaram o pedido tiveram votos divergentes sobre o assunto. Um deles aceitou anular o júri, outro manteve a sentença integral e o terceiro votou por diminuir a pena.

Em razão da discordância, ficou valendo o voto intermediário, que acabou reduzindo a pena para 12 anos. Belga Trad explica que ingressará com um novo recurso, os embargos infringentes, na tentativa de que o júri seja cancelado e a condenação totalmente revista.

O caso

Jeferson Bruno Escobar, o Brunão, trabalhava como segurança na casa noturna “Valley Pub”, quando foi espancado e morto por Christiano Luna. A morte do segurança foi registrada pelo circuito de câmeras da boate. As imagens exibem Christiano, na época acadêmico de direito, sendo retirado do estabelecimento por ter passado a mão nas nádegas de um garçom por duas vezes.

O segurança, conhecido como Brunão, foi quem alertou o rapaz primeiro, dentro da boate. Lá fora, Cristhiano foi dominado pelos seguranças, mas quis ficar no local. Entre um golpe e outro, o rapaz acertou o peito da vítima com um dos pés. Brunão morreu no local, antes do atendimento.

Christiano foi preso em flagrante no dia 19 de março de 2011, e, em razão da negativa do pedido de liberdade provisória, o acusado entrou com pedido de habeas corpus, sendo a ordem concedida e ele foi solto no dia 2 de maio de 2011. Já no dia 30 de junho de 2017, ele foi preso após descumprir medidas cautelares.

O julgamento do suspeito, no Tribunal do Júri, aconteceria em dezembro de 2012, mas foi adiado no STJ (Supremo Tribunal de Justiça). Em setembro de 2016, Christiano foi condenado dois anos e seis meses de reclusão em regime semiaberto por agredir um homem de 28 anos em uma festa no Parque de Exposições de Campo Grande.