Vítima de coreógrafo diz que reprovou devido a ‘noitadas’ em shows sem cachê
Adolescente voltava com hematomas no corpo
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Adolescente voltava com hematomas no corpo
A sexta vítima de abusos sexuais do coreógrafo e dono de uma companhia de dança de Campo Grande, que já foi indiciado pela Polícia Civil pelo crime de estupro, perdeu até ano escolar devido a noitadas em shows sem pagamento de cachê.
Os relatos são da mãe da adolescente, que também se diz vítima, pois na época chegou a ser denunciada no Conselho Tutelar por maus tratos, que nunca ocorreram e nem foram comprovados. Segundo a genitora, o suspeito incitava o ódio na adolescente e tentava ‘transformá-la’ em uma inimiga para a própria filha. Relato revela meses devastadores, de noites sem dormir e fugas da adolescente, que teriam sido incentivadas pelo professor de dança.
Boa parte das meninas que compunham o balé vinham de recrutamentos em escolas de Campo Grande. A vítima, que tinha 15 anos na época, foi uma dessas meninas, que de certa forma ‘pagou’ pela seleção ao ser vítima de assédio e abusos sexuais, que ocorreram em 2015.
Nos chamados “treinamentos”, o professor sumia com a adolescente por três a quatro dias e sempre a deixava por volta das 5h da manhã na porta de casa, com o corpo cheio de hematomas. Eram shows seguidos de shows, sem nunca receber por eles.
“Cheguei pedindo a minha filha de volta e fui recebida por uma advogada que teria sido orientada pelo suspeito a me dizer que adolescente maiores de 14 anos podem fazer o que quiserem e eu não poderia a abrigar a nada. Em meio à confusão, outras adolescentes que estavam na escola e presenciaram eu pedir minha filha de volta começaram a chorar pedindo para que eu não destruísse o sonho delas de dançar. Foi horrível”, relata.
Indiciamento
No dia 1º de setembro de 2017, o professor de dança teve a determinação de indiciamento por estupro e deve ser ouvido nos próximos dias. O referido inquérito investiga crime praticado contra outra adolescente, também no ano de 2015, mas que foi registrado em setembro de 2016.
O desabafo de uma das vítimas no Facebook, encorajou o surgimento de outros casos. Até agora seis pessoas procuraram a Polícia Civil.
1ª vítima
Adolescente de 16 anos, vítima de abusos no período de 10 a 20 de outubro de 2015. Caso foi o primeiro a ser registrado em uma Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande. O inquérito que apura os crimes é coordenado por equipe da Depca e já determinou o indiciamento do suspeito por estupro.
2ª vítima
Adolescente de 16 anos, vítima dos mesmo abusos, registrou boletim de ocorrência em abril de 2017.
3ª vítima
Ex-aluna que usou as redes sociais para relatar estupros praticados pelo dançarino sob ameaça de ser excluída da equipe de dança de um programa de TV regional do qual ele é coreógrafo. Jovem também teria contraído DSTs após abusos sexuais. A publicação viralizou e diante da polêmica o suspeito chegou a registrar um boletim de ocorrência contra a jovem por calúnia.
4ª vítima
Ex-cunhada do professor, que sonhava com a profissão de bailarina e chegou a se mudar para Campo Grande, ainda adolescente, aos 17 anos. Ela passou a morar com a irmã, que era casada com o coreógrafo, e acabou estuprada por ele. Os abusos sexuais e psicológicos teriam ocorrido por três anos, além de agressões físicas que teriam sido presenciadas por outras bailarinas da companhia.
5ª vítima
Bailarina, que hoje tem 25 anos, também foi vítima do professor de dança. Ao Jornal Midiamax, contou que os abusos só teriam parado nos últimos 3 anos que passou na companhia, quando foram entrando novas integrantes, que se tornariam ‘novos alvos’. Ela contou ainda que várias bailarinas da companhia de dança eram constrangidas e obrigadas a manter relações sexuais com ele, inclusive em sessões de sexo a três.
6ª vítima
Vítima de 15 anos que chegou a perder o ano escolar por conta de série de shows e dias desaparecida.
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