Polícia descarta versão apresentada por família sobre morte de pedreiro em show

O autor está preso no Centro de Triagem 

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O autor está preso no Centro de Triagem 

A Polícia Civil de Campo Grande segue investigado a morte do pedreiro Adílson Ferreira dos Santos, de 23 anos, e já descartou a versão apresentada por familiares do rapaz logo após o crime, na madrugada do dia 24 de setembro, de que não teria ocorrido briga entre vítima e autor. O suspeito do crime, um agente penitenciário federal, continua preso pelo homicídio.

Logo após a morte de Adílson, autor e testemunhas foram levadas para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro. No primeiro depoimento, um primo da vítima, que o acompanhava durante o show da dupla Henrique e Juliano, afirmou que o pedreiro teria visto o agente passando mal no banheiro, mas quando tentou ajudá-lo, foi empurrado e ferido por disparos feitos pelo desconhecido.

Com base nos depoimentos de testemunhas e nas lesões encontradas no corpo do agente, a polícia já descartou essa linha de investigação. Segundo o delegado Paulo de Sá, da 3ª Delegacia de Polícia Civil, durante o flagrante, o primo da vítima entrou em contradição em alguns pontos e chegou a afirmar que o autor se apresentou como agente federal.

A identificação, segundo o delegado, coincide com a versão do agente penitenciário federal, Joseilton Cardoso, de 33 anos, preso em flagrante pelo crime. Para a polícia, o suspeito contou que estava na fila do banheiro quando teria se desentendido pela primeira vez com a vítima. “Eles furaram a fila do banheiro e ele reclamou”, explicou Sá.Polícia descarta versão apresentada por família sobre morte de pedreiro em show

Quando voltava para o camarote, o agente teria sido surpreendido pelo pedreiro. Cardoso afirmou que foi agredido por três rapazes neste momento e feito os disparos para se defender.

O número de envolvidos na briga ainda é apurado pela polícia. Segundo o delegado, testemunhas que presenciaram o crime serão ouvidas nos próximos dias para esclarecer os detalhes e a motivação da confusão. Além disso, o primo do pedreiro deve prestar um novo depoimento.

A polícia ainda aguarda os laudos necroscópicos e do local do crime para esclarecer pontos divergentes entre as declarações. O projétil que atingiu Adílson ficou alojado e por conta disso, foi feito o pedido de exame de microcomparação balística, que nada mais é do que a comparação do projétil retirado do corpo, com o da arma apreendida com o suspeito.

Porte de arma

De acordo com o Sinapf/MS (Sindicato dos Agentes de Execução Penais Federais em Mato Grosso do Sul), Joseilton possui porte de arma de fogo em todo território nacional, e que todos os agentes possuem capacitação física, psicológica e treinamento rígido para a utilização de armas de fogo.

Joseilton foi nomeado no dia 24 de janeiro deste ano, após passar em um concurso realizado em 2015, e estaria em estágio probatório- que é de 3 anos.

O agente teria ido ao show para comemorar seu aniversário. “Ele chorou muito durante o depoimento e está chocado”, disse o delegado Reginaldo Salomão, responsável pelo flagrante. Cardoso teria se negado a fazer o teste do bafômetro, mas ainda conforme o delegado que atendeu o caso, estava consciente e não aparentava estar embriagado. Para a polícia, ele alegou que o disparo teria sido um ‘ato de memória muscular’.

Ainda assim, o agente teve a prisão preventiva decretada e segue preso no Centro de Triagem. O advogado do agente Bento Duailibi disse ao Jornal Midiamax que Joseilton teme pela sua vida, já que pela profissão corre risco por causa das ameaças de morte a agentes penitenciários no país e por isso a defesa tenta sua liberdade.

“Vamos tentar um Habeas Corpus para liberá-lo do presídio. Com o uso da tornozeleira” explicou Duailibi.

Primeiro show

A mãe do jovem, Marlene Souza Silva, de 44 anos, disse que esta era a primeira vez que o filho saia para um show, “Parece que eu estava pressentindo o que ia acontecer”, fala Marlene. De família evangélica, Adilson era um rapaz tranquilo e estava a menos de um ano morando em Campo Grande após vir embora de Santa Catarina.

Adílson trabalhava em obras e é pai de uma recém-nascida que não conheceu. A criança mora em Santa Catarina e Santos estava com viagem marcada para conhecer a filha.

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