Motorista da Uber caminhou 5 mil metros para pedir socorro em chácara

Suspeitos do crime foram presos 

A segunda viagem de uma noite que começou tranquila se transformou em momentos de terror para o motorista da Uber, sequestrado e roubado na noite desta terça-feira (30), em Campo Grande. Depois de passar 90 minutos trancado no porta-malas do próprio carro, ele foi deixado amarrado em uma estrada vicinal da saída de cidade e precisou andar por cerca de 5 quilômetros para encontrar ajuda.

Na saída da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro, o homem de 28 anos conversou com a equipe do Midiamax e relatou os momentos de terror que passou ao lado dos bandidos, todos presos horas depois no município de Rio Negro. Por volta das 19 horas ele foi chamado para buscar um passageiro em um hotel da Rua Barão do Rio Branco.

Com uma arma apontada para a cabeça, a vítima foi obrigada a ir para o banco de trás do carro, um Ford Ka. Logo depois disso, novos suspeitos entraram no veículo. “Pelas vozes eu contei cinco pessoas, e eles ficaram o tempo todo conversando no telefone”, contou o motorista.

A quadrilha chegou a colocar o sexto integrante para falar com a vítima e foi ele quem teria dado detalhes do crime. Por telefone, o suspeito afirmou que o grupo não faria nada com ele e que a intenção era na verdade o roubo de uma caminhonete, o carro do Uber seria apenas usado nesse crime.

 Por outro lado, os suspeitos que estavam no Ford Ka eram violentos e durante o tempo que permaneceram com o motorista faziam ameaças a ele e sua família. “Falavam que iam atirar na minha cabeça e acabar com minha família”, lembrou.

Foram cerca de 90 minutos preso dentro do porta-malas do carro, até ser deixado amarrado em uma cerca de uma estrada vicinal na saída para Rochedo. “Eu não sei como consegui me soltar. Ouvi o movimento de carro e fui em direção a rodovia. Andei uns cinco quilômetros até chegar na chácara que pedi ajuda”.

A família do motorista, pai de duas crianças, uma menina de 2 anos e um menino de 8, está assustada com tudo que aconteceu, principalmente depois da perda de um parente durante o fim de semana. O pai da vítima, de 53 anos, relevou que a prioridade agora é convencer o filho a deixar a profissão. “Pode ir trabalhar com outra coisa, isso é muito perigoso”.

A Polícia Militar foi chamada e uma equipe do 1º Batalhão, em buscas pela região, conseguiu prender a quadrilha no município de Rio Negro, a 163 quilômetros de Campo Grande. Quatro presos tiveram o nome divulgado: Ithalo Jose Ferraz Mourão, de 20 anos, Rogerio Silva de Brito, de 28 anos, Igor Figueiro Rando, de 18 anos e Andreia Sanches, de 36 anos.

Conforme o boletim de ocorrência, Andreia teria amarrado a vítima e a colocado no porta-malas. A mulher ainda teria falado que era do comando e que o marido dela era o chefe da ação. O caso é investigado pela Polícia Civil.