Justiça mantém decisão e nega pedido de prisão de PRF que matou empresário
Recurso foi negado pela 3ª Câmara Criminal
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Recurso foi negado pela 3ª Câmara Criminal
A justiça negou mais uma vez o pedido de prisão feito pelo MPE (Ministério Público Estadual) para o policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, de 47 anos, que no dia 31 de dezembro de 2016 matou o empresário Adriano do Nascimento Corrêa, de 32 anos. Desta vez, o recurso foi negado pelos desembargadores da 3ª Câmara Criminal.
O recurso chegou a 3ª Câmara Criminal depois que o MPE recorreu de decisão do juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Carlos Alberto Garcete de Almeida, e pediu pela segunda vez a prisão do policial, assim como pela denúncia dele por fraude processual, que Ricardo teria cometido “maliciosamente” vestir a farda da PRF para se apresentar na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro.
A decisão de manter a liberdade de Moon e de não o denunciar pelo crime de fraude processual, foi mantida pela maioria dos votos dos desembargadores na tarde desta quinta-feira (19).
A primeira vez em que o MPE recorreu a decisão do juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida aconteceu no dia 15 de fevereiro deste ano, logo após Ricardo ser liberado da prisão preventiva e receber uma tornozeleira eletrônica. No mês seguinte, o juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri voltou a negar o pedido.
Mais uma vez, o Ministério Público entrou com recurso, que foi novamente negado. Segundo a manifestação, Ricardo deveria permanecer preso pelos mesmos motivos que determinaram sua prisão em janeiro.
Além disso, deveria responder por fraude, já que no momento em que o empresário Adriano Correia Nascimento e o adolescente de 17 anos que estava com ele, foram baleados, Moon estava sem farda. Mas horas depois, ao se apresentar na delegacia, o policial apareceu com o uniforme completo e alegou que estava vestido daquele jeito durante a abordagem ao veículo da vítima.
Entenda
Ricardo Sun Moon passou de policial a réu na madrugada do dia 31 de 2016, quando se envolveu em uma confusão no trânsito, e atirou contra Adriano e as outras duas pessoas que estavam com ele no carro, Agnaldo Espinosa da Silva e o enteado de 17 anos. O empresário morreu na hora. Moon alegou legítima defesa, versão que não prosperou nem no inquérito da Polícia Civil nem na análise do Ministério Público Estadual.
Uma reconstituição com todos os envolvidos e também testemunhas foi realizado no dia 11 de janeiro de 2017. Na data, Moon estava preso em virtude a um mandado de prisão preventiva, mas no dia 1º de fevereiro, ele ganhou a liberdade.
Duas audiências já foram realizadas e Moon ouvido. Em depoimento ele mantém a versão de que seria atropelado e só por isso atirou no empresário. O policial também afirma que se apresentou como policial e que estava com a ‘vestimenta sereia’, ou seja, metade fardado e metade à paisana, é um procedimento de praxe na corporação.
A suposta invasão do prédio da Coordenadoria Geral de Perícias e falsificação de provas também são investigadas no processo da morte de Adriano. O achado de dois maçaricos, parecidos com armas de fogo, dentro da caminhonete Toyota Hilux do empresário, dias depois da perícia feita no veículo, levantou as suspeitas e resultou em nova investigação. A justiça chegou a pedir a quebra de sigilo telefônico da perita responsável pelo caso para esclarecer os fatos.
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