Defesa de PRF quer saber efeito de drogas flagradas no sangue de Adriano

Foram constatados álcool, ecstasy e remédio para ansiedade 

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Foram constatados álcool, ecstasy e remédio para ansiedade 

Depois dos laudos apontarem elevados níveis de álcool, ecstasy e remédio para ansiedade no sangue do empresário Adriano Correia do Nascimento, 32 anos, morto por Ricardo Hyun Su Moon, o advogado Renê Siufi afirmou que está estudando o efeito e as consequências dessa mistura no organismo do rapaz para trabalhar na defesa do policial rodoviário federal.

Para o Jornal Midiamax, o advogado criminalista explicou que está consultando especialistas para descobrir qual o efeito do medicamento somado ao álcool e a drogas, podem causar no organismo e assim alterado o comportamento da vítima.

O exame, feito pelo IALF (Instituto de Análise Laboratoriais Forenses), constatou a presença de presença de álcool etílico na concentração de 2.33 g/l  de sangue, além do ecstasy e medicamento.

“A vítima ainda tinha boletins de ocorrência de ameaça e lesão corporal contra os funcionários de um dos seus restaurantes”, lembrou o advogado. Ainda de acordo com Siufi, as primeiras audiências sobre o caso devem começar em abril e por ora, a defesa trabalha com a resposta ao recurso do MPE (Ministério Público Estadual), enviada a 1ª Vara do Tribunal do Júri na quarta-feira (15).

No documento, a promotora de justiça Lívia Carla Guadanhim Bariani recorreu à decisão do juiz, que libertou Moon no dia 1º de fevereiro, e voltou a pedir a prisão do polícia pelo menos motivos que concederam sua prisão preventiva em janeiro. Além disso, também pediu que o PRF seja processado pelo crime de fraude processual, o que foi negado pelo magistrado em despacho anterior.

Sobre o caso, Siufiu explicou que a partir desta segunda-feira, tem dois dias para responder o recurso, mas não quis detalhar qual será o posicionamento do documento. “Eu quero saber quantos e todas liberdades que o MPE recorreu”, relatou o advogado.

Reconstituição

No dia 11 de janeiro de 2017 Moon, Agnaldo Espinosa da Silva e o enteado de 17 anos, voltaram ao local do crime para participarem da reconstituição feita pela Polícia Civil. Nesse dia, o policial afirmou que estava fardado e com uma camiseta listrada por cima do uniforme. Ele explicou também como a briga de trânsito começou, na primeiras horas do dia 31 de dezembro.

Cada um dos envolvidos deu sua versão dos fatos e entre os depoimentos pequenas contradições chamaram a atenção. Aguinaldo e Moon, no entanto, concordaram que a briga que resultou na morte de Adriano começou no cruzamento da Rua Pimenta Bueno com a Avenida Ernesto Geisel, quando o empresário teria ‘fechado’ o policial.

Os dois relataram que a vítima dirigia a caminhonete Hilux pela Rua Pimenta Bueno e ao virar na Ernesto Geisel teria entrado na frente de Moon, que conduzia uma Mitsubishi Pajero. A partir daí, os depoimentos se diferem.

Para o policial, o motorista da caminhonete estava visivelmente embriagado e ao chegar ao semáforo da avenida que fica no cruzamento com a Rua 26 de Agosto, percebeu o então suspeito parar atrás de seu carro, falando com ele em voz alta. Já na versão de Aguinaldo, depois da ‘fechada’, o PRF teria alcançado a Hilux e com ela já parada no sinal feito uma manobra para estacionar na frente deles.

Agnaldo e o enteado afirmaram que nesse momento Adriano pediu desculpa pelo comportamento, mas ainda assim a briga continuou. Moon conta que viu os três ocupantes do carro, percebeu o adolescente procurar algo no banco de trás do veículo e o mandou mostrar as mãos, mas os outros o incentivaram a não obedecer. Mesmo com ele explicando ser policial.

Entre a ligação ao 190 e o momento dos disparos novas contradições entre as histórias surgem. Como o momento em que o policial saca a arma, se depois ou antes da ligação, como afirma as vítimas e quantas pessoas desceram do veículo para falar com o policial. Aguinaldo afirmou que foi o único a descer. Mas uma testemunha do crime alegou que viu duas pessoas sair da Hilux, mesma versão do policial.

Para a polícia, o réu do homicídio confessou que não mostrou a identidade policial. O motivo, segundo ele, foi o medo dos envolvidos rasgarem o termo e também por conta da necessidade de soltar a arma e o celular que estavam em sua mão. Ele ainda explicou que “ia mostrar quando o reforço chegasse”.

Mais uma vez, Moon e Aguinaldo concordaram que no momento em que Adriano fez a manobra para tentar sair do local, encostou a caminhonete nas pernas do PRF, que logo saiu do caminho e realizou os disparos contra o veículo, que andou alguns metros antes de atingir o poste de iluminação. O empresário foi atingido pelos disparos, assim como o adolescente, e morreu ainda no local.

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