Arsenal apreendido na Capital pode ter frustado atentados 

Todos os anos, no dia 31 de agosto, integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) comemoram o aniversário de criação da facção criminosa e servidores da segurança pública divulgam um alerta nacional geral. Nesta quinta-feira não foi diferente e após “gritos de ordem” agentes penitenciários do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande já solicitaram reforço para o fechamento da cadeia, ou seja, o retorno dos presos do banho de sol, no fim da tarde.

O alerta compartilhado via aplicativo WhasApp ressalta o clima tenso dentro e fora da unidade de Campo Grande, pois a ‘tal’ comemoração do integrantes vem acompanha de atentados ou crimes de grande repercussão.

Atentado frustrado

A prisão do marceneiro Djalma da Silva Moreno, 50 anos, na última sexta-feira (26), pode ter frustrado algum atentado programado para hoje. Djalma é apontado pela Polícia Civil como membro do PCC e foi flagrado pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar com fuzil americano, submetralhadora e outros armamentos com grande poder de fogo.

O suspeito foi preso em flagrante, mas a Justiça já converteu em preventiva. Para a Polícia Civil, o armazenamento do arsenal pode estar ligado com o aniversário da facção.

“No presente caso restou claro e evidente que há fortíssimos indícios de que o conduzido (Djalma), possivelmente, seja integrante de uma facção criminosa e seja uma das pessoas a quem tenha sido conferido a incumbência de armazenar o arsenal apreendido”, diz o inquérito.

Anúncio de mortes

No último dia 22, o PCC anunciou o planejamento de morte de um juiz federal, um procurador da República, um delegado federal e pelo menos quatro agentes penitenciários de Porto Velho (RO) até o dia 31 de agosto, data em que a facção criminosa faz aniversário de 24 anos.

A informação sobre a possibilidade de novos assassinatos consta em ofício assinado pelo diretor do presídio federal de Porto Velho, Cristiano Tavares Torquato, a cujo conteúdo o UOL teve acesso com exclusividade.

O documento foi encaminhado no último dia 17 de agosto ao superintendente regional da Polícia Federal de Rondônia, Araquém Alencar Tavares de Lima. A reportagem confirmou a veracidade do documento com três fontes do governo federal.

A facção criminosa já matou três agentes penitenciários federais, entre setembro de 2016 e maio deste ano, de acordo com investigações da PF (Polícia Federal). Para executar os atentados o PCC criou células de inteligência que, entre outras ações, monitoram a rotina dos agentes públicos escolhidos como alvos.