Moradora diz que teve casa atingida e comerciante alega prejuízo

Ação de policiais do BPChoque (Batalhão de Polícia de Choque) terminou com acusações de truculência e danos materiais na noite dessa sexta-feira (12), por volta das 23h45, na Vila Olinda, próximo da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) em Campo Grande. Sargento do BPChoque (Batalhão de Polícia de Choque), Orlando Mattos, afirma que os militares foram acionados para dispersarem populares que haviam invadido a via pública. 

Graziele Soares dos Santos das Neves, de 40 anos, é dona de um estabelecimento comercial na região. Ela diz que na noite de ontem os policiais chegaram ao local lançando bomba de gás na direção do comércio, o que segundo ela, teria danificado um toldo no valor de R$ 7.500. Ao menos 100 pessoas teriam presenciado a ação.

“Estava conversando com comandante da Polícia Militar quando eles chegaram na contramão e jogaram bomba em cima da gente. Estávamos fechando. Não vi necessidade da brutalidade que fizeram aqui. Arregaçaram o toldo que acabei de trocar. Já cansei de me calar sobre o jeito que tratam a gente e os estudantes que vêm aqui. Tratam como se fossemos bandido”,  ressalta.  

A comerciante destaca que vai denunciar o fato e que entrará na justiça para que o prejuízo seja ressarcido. Lorrayne Dultra, de 23 anos, mora em cima de um dos bares da região. Ela diz que estava em casa quando a residência foi atingida por uma das bombas.

“Eu recebi a ilustre visita da Tropa de Choque em minha casa. Senhores muito prestativos que pra não tocarem a campainha explodiram uma bomba na varanda da minha casa, bem na porta do meu quarto. Esses senhores de bem, estavam trabalhando, tirando uma multidão de jovens estudantes desarmados da rua. Nada mais justo que chegar soltando bombas de efeito moral pra cima, visto que eu moro em um sobrado e a bomba explodiu na minha sacada”, relata.  

 

 

Helena Camparini, de 24 anos, diz que estava em um estabelecimento na região quando os policiais chegaram. “Tinha um grupo de acadêmicos assistindo o jogo do Brasil. A polícia chegou soltando várias bombas. Atingiram a casa, comércio e não deixaram ninguém sair. Só consegui deixar o local porque estava com uma amiga que tem asma e a mãe dela estava com a gente”. 

O sargento do BPChoque, explica que o grupo foi acionado pelo Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança) e defende que não houve truculência na ação dos policiais.

“Bloquearam a pista e estavam fazendo algazarra e os moradores e comerciantes ligaram no  Centro de Operações da Polícia Militar. O policiamento de área foi confrontado e diante disse o Ciops determinou que o Choque fosse para lá. Usaram granada de efeito moral e nitrogênio para que desocupassem a via”, justifica.

Sobre os prejuízos, o sargento garante que as bombas usadas não provocam danos. “A bomba já é projetada para não machucar ninguém. Não é artefato militar é usada exclusivamente para controle de multidão”, explica. Um boletim de ocorrência sobre o fato foi registrado pelos policiais. 

Esta não é a primeira vez que o Choque atua na região. Em março de 2016, os militares foram acionados depois que uma pedra foi lançada em uma viatura da Polícia Militar. Na ocasião, um acadêmico, de 36 anos, e outro homem que estavam em um estabelecimento comercial foram preso.

Assista  ao VÍDEO gravado por uma moradora da regiÃo.