Repórter que denunciou assédio fez campanha contra violência

Subsecretaria de Políticas Públicas para as Mulheres destacou que VT não irá ao ar

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Subsecretaria de Políticas Públicas para as Mulheres destacou que VT não irá ao ar

A servidora estadual nomeada Nilmara Caramalac, que denunciou o diretor-presidente Fundtur (Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul), Nelson Cintra Ribeiro, de assédio sexual, postou em seu perfil no Facebook, na última quinta-feira (21), um videoteipe produzido pela TVE no qual aparece como apresentadora. Ironicamente, o vídeo aborda o combate à violência contra as mulheres e, de acordo com a publicação, é o primeiro de uma série em alusão aos 10 anos da Lei Maria da Penha, a serem celebrados em agosto.

Na postagem, Nilmara destaca que o vídeo é de iniciativa da Subsecretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, cuja titular é a advogada Luciana Azambuja Roca, que também está na produção. A subsecretária confirma ter tido a iniciativa da campanha. Entretanto, destaca que o videoteipe circula nas redes sociais de forma extraoficial, já que não fará parte da campanha a ser veiculada no próximo mês.

“Como servidora jornalista da TVE, Nilmara iniciou uma campanha comigo, mas não terminou. Esse foi um VT da campanha que a gente não finalizou. Foi o primeiro de uma série que iríamos fazer e acabamos não fazendo. Agora, a agência está produzindo os novos materiais para a campanha dos 10 anos da Lei Maria da Penha, em agosto”, explica Luciana Azambuja Roca.

A subsecretária também negou que a campanha tenha sido descontinuada em razão das denúncias da servidora. “No caso, esse é um VT caseiro, para a gente falar das deficiências, do racismo e de como a mulher negra e a mulher com deficiência podem buscar ajuda, já que são mais vulneráveis no contexto da violência doméstica”.

Confira o vídeo

 

 

Posicionamento

A reportagem também questionou a subsecretária sobre posicionamento em relação ao assédio sofrido por Nilmara. Azambuja destacou que, no dia 13 de julho, tão logo as denúncias de assédio vieram à tona, a subsecretaria publicou uma nota no perfil oficial da pasta, no Facebook.

“Foi através do Facebook que tomamos conhecimento do fato. Então, através da mesma mídia, nós nos manifestamos. A nossa posição é e sempre será no sentido de que o Governo do Estado, por meio da subsecretaria, não compactua e nem coaduna com qualquer prática que coloque a mulher em situação de violência. Com muita clareza e objetividade, apurados os fatos e confirmada essa denúncia, nós vamos esperar que o Governo do Estado tome as providências pertinentes. Se você me perguntar quais as providências, cabe ao governador resolver”, destacou a subsecretária.

 

 

 

“É um caso policial, que está sendo investigado na Deam (Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher). Estamos aguardando e acompanhando as investigações e é óbvio que não poderíamos ter uma outra postura que não pleitear que o governo do Estado adote as providências cabíveis. Nosso compromisso é combater a violência, mas, nesse caso, devido à gravidade da acusação, temos que aguardar o deslinde e o desfecho das investigações”, apontou.

A subsecretária também afirmou que, até o momento, não houve uma conversa com o governador sobre o ocorrido. “Diretamente, com a pessoa do governador, não. A nota que colocamos foi uma ação de Estado, já que nós falamos em nome do governo quando o assunto é política pública para a mulher. O que eu posso te dizer é que o governador também coaduna do meu pensamento, porque em maio, durante a Caravana da Saúde, nós lançamos uma campanha de combate ao assédio moral e sexual e recebemos total apoio do governador nesse sentido”, concluiu.

A reportagem buscou contato com Nilmara para repercutir a não veiculação do vídeo postado na campanha oficial, mas a servidora não atendeu as ligações.

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