Pelo menos R$ 115 bilhões deixaram de ser arrecadados

Os prejuízos causados pelo contrabando no país são imensos, na casa dos R$ 115 bilhões por ano. Montante que os cofres públicos deixam de arrecadar principalmente pelo crime de evasão fiscal. Nesta quinta-feira (3) o Idesf (Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras) organizou um evento no Dia Nacional de Combate ao Contrabando, no auditório da Receita Federal, na Capital.

Números apresentados pelo governo estadual durante a solenidade, dão conta que nos 1,6 mil quilômetros de fronteira seca de Mato Grosso do Sul, entram cerca de R$ 6,8 bilhões em produtos contrabandeados, segundo informações do DOF (Departamento de Operações de Fronteira).

“É preciso criar numa Política de Estado séria de incentivo à região de fronteira, com a geração de emprego, renda e mais oportunidades para a população, isso sim vai reduzir a criminalidade nessas regiões”, declarou o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) durante o evento.

Durante o evento, as autoridades presentes participaram da divulgação do estudo “As Rotas do Crime – as Encruzilhadas do Contrabando”, que mapeou as principais entradas de mercadorias ilegais e o caminho percorrido por esse crime.

Segundo o estudo, o Estado, principalmente pela fronteira seca com Bolívia e Paraguai, se tornou uma das principais rotas para a entrada de produtos ilegais e drogas no país. “A BR-163 que liga Mato Grosso do Sul ao restante do país é uma das rotas mais utilizadas pelos criminosos para que drogas, armas e cigarros cheguem aos grandes centros brasileiros”, revelou o presidente do Idesf, Luciano Stremel Barros.

Dados de apreensões do DOF revelam que no ano passado os agentes apreenderam nove toneladas de confecções, 250 mil cartelas de medicamentos, quatro toneladas de brinquedos, 1,2 mil pacotes de suplementos, 1,4 mil quilos de agrotóxicos e 1 milhão de pacotes de cigarros, que somam um montante de R$ 150 milhões em apreensões de contrabando e descaminho.

“É preciso que o Estado Brasileiro desenvolva políticas sérias à curto, médio e longo prazos, integrando as forças, para que possamos otimizar as nossas ações, ter operações mais duradouras e eficazes no enfrentamento aos crimes transfronteiriços”, frisou o assessor especial para assuntos de fronteira da Secretaria Nacional de Segurança Pública, José Freitas Legas.

O evento contou ainda com a presença do secretário estadual de justiça e segurança pública, Silvio Maluf, juiz federal Odilon de Oliveira, o procurador do Ministério Público Federal, Sílvio Pettengill Neto, o comandante do Comando Militar do Oeste (CMO), general Paulo Humberto Cesar de Oliveira, o superintendente estadual da Polícia Federal, Ricardo Cubas César, e demais autoridades.