Advogado já entrou com pedido de liberdade

Cezar Alexandre Piccoli, tenente preso na última terça-feira (23) após 2,4 quilos de ​maconha serem flagrados ‘mocados’ em plena Base Operacional de Vista Alegre da PMRE (Polícia Militar Rodoviária Estadual), comandada por ele, deve passar o fim de semana no Presídio Militar. O advogado Deiwes William Bosson Silva, contou ao Jornal Midiamax que entrou com um pedido de liberdade provisória, mas a previsão é que o parecer no Ministério Público só saia na segunda-feira.

O advogado conta que o pedido de liberdade provisória foi feito nesta quinta-feira (25), mas por causa do feriado do aniversário de Campo Grande comemorado nesta sexta-feira (26), a previsão é de que o parecer do Ministério Público só saia na segunda-feira. Ele explica que a defesa entende que não há necessidade de manter o oficial preso.

“[O pedido] foi embasado, de modo geral, na desnecessidade de ele aguardar a tramitação do processo preso já que ele não possui nenhum antecedente e tem uma ficha funcional ilibada. Ele é policial há 24 anos e nunca teve nenhuma passagem nem administrativa, nem criminal que desmerecesse a conduta dele e também pela própria pena em abstrato dos crimes que são imputados a ele. Se eventualmente houver uma condenação, jamais ele cumprirá em regime fechado”, diz.

Enquanto o parecer do Ministério Público não é liberado Piccoli continuará recolhido no Presídio Militar Estadual.

O caso

Segundo informações iniciais, o tenente Cezar Alexandre Piccoli teria admitido a posse dos 2,4 quilos de ​maconha flagrados ‘mocados’ na Base Operacional de Vista Alegre da PMRE (Polícia Militar Rodoviária Estadual), na região de Maracaju, a 200 quilômetros da Capital e dito que usaria a droga para fins medicinais, porém a defesa dele não quis comentar a versão.

Segundo o advogado Deiwes William Bosson Silva, o oficial foi preso por ser comandante da base operacional onde o entorpecente foi encontrado. Os autos já foram encaminhados ao juiz da auditoria militar. O tenente foi preso em flagrante pelo tenente-coronel Ailton Leonel Praiero, e na audiência de custódia a prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva.

Extraoficialmente, policiais que trabalham ou já trabalharam com o tenente entraram em contato com a reportagem denunciando que o oficial poderia ter sido vítima de uma ‘casinha’, ou seja, flagrante armado. Píccoli é apontado como um oficial ‘austero’ e a pouca quantia de maconha encontrada faz os colegas duvidarem do envolvimento dele com tráfico de drogas.

Conforme o advogado de Piccoli, o tenente responderá pelos crimes qualificados nos artigos 290 e 324 do CPM (Código Penal Militar), que consistem em “Receber, preparar, produzir, vender, fornecer, ainda que gratuitamente, ter em depósito, transportar, trazer consigo, ainda que para uso próprio, guardar, ministrar ou entregar de qualquer forma a consumo substância entorpecente, ou que determine dependência física ou psíquica, em lugar sujeito à administração militar, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar” e “Deixar, no exercício de função, de observar lei, regulamento ou instrução, dando causa direta à prática de ato prejudicial à administração militar”.