Caso era investigado desde fevereiro

Visomar Pereira de Oliveira, de 52 anos, foi preso pela Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) suspeito de envolvimento no furto de 1.317 cabeças de gado da fazenda São Judas Tadeu, em Camapuã, cidade a 135 quilômetros de Campo Grande.

Conforme investigações comandadas pelo delegado Leonardo Antunes Ballerine Fernandes, a suspeita é de que Visomar, que atuava como gerente da fazenda, vendia as cabeças de gado aos poucos, sem nota, ou usava terceiros para negociar. Segundo o site Edição MS, o valor estimado dos animais furtados é de R$ 3 milhões.

O delegado já havia feito pedido de prisão preventiva e Oliveira se apresentou à Polícia Civil do município. Segundo a polícia, foram apreendidos quatro carros, um caminhão e uma motocicleta e os bens de Visomar foram bloqueados – uma casa e uma fazenda de 60 hectares. Conforme o delegado, as investigações continuam.

A polícia ainda tenta localizar os compradores, que seriam empresários, fazendeiros e transportadoras da região do distrito de Pontinha do Coxo. Eles poderão responder por receptação.

Entenda o caso

Em fevereiro deste ano, um fazendeiro de 82 anos procurou a Polícia Civil informando o furto de 1.317 cabeças de gado da propriedade rural. A vítima contou que mora em São Paulo, mas vem ao estado com frequência. Em novembro de 2015, o fazendeiro foi até a propriedade, conversou com o gerente do local e percorreu as invernadas, não percebendo nada de anormal. Na ocasião, Visomar entregou uma lista para o fazendeiro apontando para existência de 1.360 bois.

Em dezembro, o fazendeiro retornou ao local e recebeu nova lista do gerente, com a mesma quantidade de animais. O gerente disse que precisava atender outra pessoa e ele acabou não conferindo o rebanho. Dois meses depois, o fazendeiro conversou com o gerente que informou estar deixando o emprego para tratar de problemas de saúde.

Conforme a polícia, o trabalhador já havia retirado todos os pertences dele da propriedade e o produtor rural não conseguiu mais contato com ele. Outros dois homens contratados para trabalharem no local e, depois de nova contagem dos animais, perceberam que havia só 53 cabeças de gado.

O caminhão que transporta gado carrega em média 25 cabeças de uma vez, ou seja, seriam necessários 52 caminhões para fazer o transporte de todos os animais. Na delegacia, o fazendeiro informou que o gerente não tinha autorização nem para comprar ou vender os animais.