Para a família, a ‘justiça do homem' foi feita

O eletricista Francimar Câmara Cardoso, de 31 anos, foi condenado a mais de 14 anos de reclusão no regime fechado pelo assassinato do professor Bruno Soares da Silva Santos, de 29 anos. O crime ocorreu no dia 16 de março de 2015, na escola de informática “Microcamp Informática”, localizada na Rua Maracaju, no centro da Capital.

O julgamento aconteceu na 2ª Vara do Tribunal do Júri de nesta quarta-feira (13). Depois de ser considerado culpado pelo júri, Francimar foi condenado a 14 anos e seis meses de reclusão em regime fechado pelo crime de homicídio qualificado pela surpresa da vítima, pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos.

Para reduzir à pena, a defesa do eletricista reforçou que o crime só aconteceu porque o professor “ofendeu a honra do autor” ao assediar sua mulher e que o suspeito agiu sobre forte emoção ao cometer o homicídio. A primeira tentativa não foi levada em conta, já que segundo o juiz, “a moral ofendida não foi a do réu, mas sim, em tese, o da sua esposa”.

Apenas a confissão do assassinato e a “atenuante de influencia da emoção”, foram levadas em consideração no julgamento, o que reduziu a pena do eletricista em um ano e seis meses.

Para a família, os 14 anos ainda não são suficientes para compensar toda a perda causada pela morte de Bruno. “O sentimento ainda é de tristeza, porque por mais que ele tenha sido julgado esperávamos que ele pegasse pelo menos 20 anos. Mas os 14 já servem para ele ser punido”, diz Cláudia Soares, de 40 anos, irmã de Bruno.

“A justiça dos homens foi feita, e a justiça de Deus vai ser, porque onde ele estiver ele vai ser assassino”, conclui a mulher.

Entenda a história

No dia 16 de março, Francimar chegou na escola de informática onde Bruno era supervisor e perguntou por ele. Ao ser informado de que o rapaz estava no estabelecimento, Francimar teria voltado no carro, onde pegou a espingarda calibre 26, e efetuou um disparo contra a vítima, que morreu no local.

O crime aconteceu depois que a mulher de Francimar, que trabalhava com Bruno, contou para o marido que havia sido molestada pelo colega. O fato foi confirmado pelo proprietário da escola de informática “Microcamp Informática” durante o julgamento. Ele revelou que Bruno chegou a pedir desculpas pelo ocorrido, afirmado que havia exagerado.

Assim que soube do fato, o eletricista chegou a procurar o pastor da igreja que ele e a esposa frequentavam e foram orientados a aguardarem a decisão da justiça, mas no dia do crime Francimar foi até a escola e assassinou Bruno com um tiro de espingarda.

Em depoimento, o acusado confirma o crime e conta que a arma usada, uma espingarda calibre 26 que foi apresentada ao júri pelo promotor Humberto Lapa, era de propriedade do pai dele. Francimar ainda diz que foi até a escola no dia apenas para “dar um susto” em Bruno e que não pretendia atirar, mas fez o disparo com a arma quando a vítima se levantou da cadeira e teria partido para cima dele.