Ecstasy e LSD entravam pelo Paraguai e eram vendidos no litoral

Um morador de Dourados, município a 228 quilômetros de Campo Grande, foi preso na manhã desta quarta-feira (24) durante a Operação Reflexo, deflagrada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul em cinco estados e 15 cidades para combater o tráfico internacional de drogas sintéticas. Rodrigo Leon Mamede Miranda, de 27 anos, foi detido na casa em que mora, na Rua Izaat Bussuan, no Jardim América.

Na residência do jovem, policiais do SIG (Serviço de Investigações Gerais) de Dourados, que prestaram apoio à operação, encontraram 16 comprimidos supostamente de ecstasy e 6,8 gramas do que pode ser anfetamina, segundo o delegado Mateus Zampieri. Ele aguarda a perícia para confirmar se essas substâncias são realmente entorpecentes.

Conforme o delegado, chefe do SIG, o resultado dessa perícia pode complicar ainda mais a situação do douradense. Isso porque o Denarc (Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico) do Rio Grande do Sul veio a Dourados para cumprir um mandado de prisão temporária e busca e apreensão que levaria o jovem até o Sul. Mas a polícia local tem agora a suspeita de que a venda dessas drogas sintéticas possa ocorrer também em baladas locais.

“Ele até iria para lá, mas existe a prisão em flagrante agora. Confirmando que se trata de Metanfetamina, ele fica aqui”, explicou ao Jornal Midiamax. “Ele não quer se manifestar, disse que vai falar apenas em juízo. A investigação agora segue para ver se ale atuava aqui em Dourados também ou só em Santa Catarina, Balneário Camboriú e Rio Grande do Sul”, informou Zampieri.

O mandado de prisão cumprido contra o douradense foi apenas um dos 34 expedidos em todo o país. Há também 47 ordens de busca e apreensão autorizadas pela Justiça. Os alvos da operação estão no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Segundo o Denarc do Rio Grande do Sul, que investigava esse esquema há 10 meses, os membros dessa quadrilha atuavam com importação de drogas sintéticas da Europa, como ecstasy e LSD. As fronteiras com Uruguai e Paraguai também eram utilizadas para a entrada dos entorpecentes, posteriormente vendidos na região litorânea do Brasil, sobretudo durante o movimentado período de verão. A clientela era composta por pessoas de alto poder aquisitivo que frequentam praias badaladas nos finais de ano.