Depois de enterrar vítimas de exploração sexual, Nando visitava ‘cemitério’

Ele participou de todos os homicídios

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Ele participou de todos os homicídios

Luiz Alves Martins Filho, de 49 anos, o Nando, participou do homicídio de todas as vítimas que ‘desapareceram’ no Danúbio Azul após se envolverem com ele. ‘Chefe’ do bairro, Nando demonstrou à polícia que se achava justiceiro e que gostava de matar, pois diariamente visitava o cemitério clandestino no Jardim Veraneio, onde as vítimas eram enterradas.

Segundo a Polícia Civil, Nando foi denunciado pelo irmão de Leleco, Lessandro Valdonado de Souza,  de 13 anos, assassinado em agosto deste ano. A partir da denúncia, três mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Jardim Panorama e a partir daí a rede de exploração sexual e a matança no Danúbio Azul foram descobertas.

Todas as vítimas tinham envolvimento com drogas e assim foram atraídas por Nando. Elas se prostituíam e faziam programas sexuais com o criminoso para receberem drogas como pagamento e sustentarem o vício. Conhecido e temido no bairro, Nando passou 4 anos cometendo homicídios e explorando sexualmente as vítimas, sem ser denunciado. Segundo a polícia, ele enforcava ou estrangulava as vítimas porque não gostava de ver sangue.

Foi confirmado pela polícia que Nando promovia orgias sexuais com as vítimas, que eram mulheres, homens, crianças e adolescentes. Homossexual assumido, Nando também usava o namorado Jean Marlon Dias Domingues, de 20 anos, como comparsa para os crimes. Também apontados como ‘cabeças’ da organização criminosa, foram presos Wagner Vieira Garcia, de 24 anos, Talita Regina de Souza, de 21 anos, que encomendou a morte de Lessandro, o Leleco, Michel Henrique Vilela Vieira, de 21 anos, sobrinho de Nando e Ariane de Souza Gonçalves, 19 anos, que atraía as vítimas.

Mortes no Danúbio Azul

Jhennifer Lima da Silva desapareceu aos 13 anos. Foi enforcada por Wagner, Jean e Nando, porque praticava furtos no bairro para conseguir manter o vício em entorpecentes. Foi convidada a usar entorpecentes pelo trio e assassinada. ‘Café’, que não teve o nome divulgado, foi morto por Jean, Michel e Nando. Ele devia dois fretes no valor de R$ 170 para Nando.

‘Alemão’, morto há 4 anos por Jean, Nando e uma terceira pessoa ainda não identificada. Vendeu para um integrante do grupo criminoso uma TV e usou o dinheiro para comprar drogas. Ao descobrirem que o aparelho era furtado, os criminosos mataram o rapaz. Flávio Soares Correa, morto em abril de 2015, com 25 anos. Foi assassinado por Jean e Nando porque praticava furtos no bairro e era considerado ‘afeminado demais’ pelos criminosos.

Bruno Santos da Silva, o ‘Bruninho’, foi assassinado em 2013 por Nando. Em 2009 ele teria agredido um sobrinho de Nando, que o estrangulou por vingança. Ana Cláudia Marques, de 37 anos, era mãe de 6 filhos e foi assassinada em setembro de 2015 por dívidas de drogas com o grupo. Lessandro, de 13 anos, foi assassinado porque flagrou uma traição da cunhada de Talita e ela convenceu ele a matar o menino.

Alex da Silva Santos, foi assassinado em março de 2016 aos 18 anos. Wagner e Nando cometeram o assassinato por ele ter furtado ferramentas no valor de R$ 70. Eduardo Dias Lima, o ‘Eduardinho’, de 15 anos, foi assassinado em 2015 por furtar garrafas de Nando. Aline Farias Silva, de 22 anos, foi morta por Nando e Michel porque estava cometendo furtos na região para trocar produtos por drogas.

Jhennifer Luana Lopes, a Larissa, foi assassinada aos 16 anos em março deste ano. Ela foi morta por Nando e Michel porque praticava furtos. Em março deste ano, Vanderlei de Almeida Junior foi morto também por praticar furtos. Em 2013 Nando já teria tentado assassiná-lo. Daniel de Oliveira Barros foi assassinado em março de 2014, com 28 anos. Nando o matou com golpes de chave de fenda no pescoço por praticar furtos no Danúbio Azul.

Perfil de Nando

A delegada Aline Sinnott, titular da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude) apontou que Nando tinha boa articulação verbal, tinha características de sadismo sexual, é inteligente e assim conseguiu manipular o bairro por 4 anos. A polícia levou 15 dias para conseguir que ele revelasse os crimes em depoimento. Nesta quinta-feira, ele passou mais 5 horas prestando depoimento.

Os crimes de exploração sexual, homicídio tráfico de drogas seguem em investigação. Nesta sexta-feira a ossada de uma sétima vítima foi encontrada no Jardim Veraneio.

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