Conselheira diz que fez bo, mas delegacias desconhecem

O desaparecimento da adolescente de 13 anos, que tentou se jogar do telhado da delegacia, ainda não está sendo investigado pela polícia, por que segundo o delegado titular da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) Paulo Sérgio Lauretto, a polícia não foi formalmente informada sobre o caso e não foi localizado boletim de ocorrência sobre a fuga.

Segundo o delegado a informação sobre a fuga da menina na noite de terça-feira (2) chegou até ele a partir do Jornal Midiamax, por que até então não ouve nenhuma comunicação oficial por parte do Conselho Tutelar à polícia.

De acordo com o órgão, uma conselheira foi até a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro e fez um ‘comunicado' à polícia sobre o desaparecimento, mas de acordo com o delegado e a assessoria de comunicação da Polícia Civil de não há nenhum boletim de ocorrência no nome da menina no sistema Sigo que é usado para fazer o registro nas delegacias do Estado.

Entenda o caso

A menina foi levada pela Polícia Militar até a Depca depois de denunciar as agressões do ‘marido', de 45 anos. Na delegacia, a menina contou que desde os 11 anos morava com o homem, segundo ela com o consentimento da mãe e que também era usuária de drogas como crack e cocaína. A jovem foi ouvida e o caso registrado como violência doméstica e estupro de vulnerável, já que com 13 anos qualquer tipo de relação sexual caracteriza estupro.

Depois do registro policial, o Conselho Tutelar Sul foi chamado para acompanhar o caso de perto e também abrigar a vítima, que enquanto esperava sofreu um surto, possivelmente causado pela abstinência. “Ela correu para o fundo da delegacia, subiu em uma laje, depois no telhado e começou a ameaçar se jogar, falando que iria se matar”, contou o delegado Paulo Sérgio Lauretto.

Três investigadores subiram no telhado de aproximadamente três metros e conseguiram conter a jovem. O Corpo de Bombeiros foi chamado e auxiliou no resgate da menina. Ela foi levada para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento Comunitário) do Bairro Coronel Antonino e depois de receber atendimento foi com um conselheira até a sede do Conselho Tutelar. No local a adolescente teria aproveitado o momento em que a conselheira desceu do carro e fugiu.