Mulher foi morta com um tiro no peito em maio de 1998

No dia 7 de maio de 1998 a jovem Lucillene Almiron Nunes, na época com 20 anos, foi assassinada com um tiro no peito na Rua Panambi, localizada no Bairro Tiradentes. O autor, o ex-namorado Gilson Orico, só foi condenado pelo crime em 2013 e na manhã desta quarta-feira (15), foi preso pela DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios), em .

Foi por denúncias que a equipe do delegado Valmir Moura Fé descobriu que o autor trabalhava com a venda de carros na Capital e usava o nome Gilson Eurico Aguiar. “Durante o processo, o Gilson foi morar em Portugal e ficou 5 anos lá. Quando voltou ele mudou os documentos, alterou os sobrenomes e continuou vivendo aqui em Campo Grande”, explica o delegado.

Para Moura Fé, o homem falsificou a certidão de nascimento e assim conseguiu refazer todos os documentos com outro nome. Já Gilson afirma que a antiga identidade estava com seu nome errado e ele apenas tentou corrigir o erro. “Meus documentos são originais, minha mãe é analfabeta e por isso estava errado, meus irmãos mesmo, cada um tem um nome”, justifica Gilson.

Crime

O casal viveu junto por 4 anos e estava separado havia três meses quando o crime aconteceu. Lucillene havia começado outro relacionamento e o ex não aceitou a situação. No dia 7 de maio, por volta das 6h50, Orico, sem descer da moto, disparou uma única vez no peito da jovem.

A bala, que entrou no coração, saiu nas costas de Lucillene, que morreu na hora. Os laudos mostram que o tiro foi dado de cima, como se a vítima estivesse ajoelhada. Na versão do assassino, o crime foi acidental, durante a tentativa de dar um ‘susto' na ex que supostamente o traiu.

“Encontrei ela e o parceiro na rua e parei para conversar, a gente discutiu e ela veio para cima de mim, foi quando houve o disparo”, relata Orico. Para o delegado, o assassinato foi premeditado, já que o autor saiu de casa armado, com um revólver calibre 38, para encontrar a vítima, que não teve chance de se defender.

Na época, Orico se apresentou na delegacia, mas responde em liberdade. Todos esses anos, os advogados do autor entraram com vários recursos e o caso foi parar no Supremo Tribunal Federal, onde Gilson finalmente foi condenado a 15 anos por homicídio qualificado, por motivo torpe. “Vou indiciá-lo por falsidade ideológica, que tem pena de 5 anos”, conclui o delegado.