Família diz acreditar que a morte aconteceu pela falta de socorro do

Uma família de Camapuã, a 135 quilômetros de Campo Grande, procurou a Polícia Civil nesta sexta-feira (16), após a morte de um homem e uma suposta do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). De acordo com o boletim de ocorrência, a família relatou que o Samu demorou mais de uma hora para atender a ocorrência e durante este tempo, vizinhos foram até a base pedir socorro, mas nem assim, conseguiram o atendimento.  

O boletim de ocorrência foi registrado pela sobrinha da vítima. A família diz acreditar que a morte aconteceu pela falta de socorro do Samu. A sobrinha relatou que o tio passou mal por volta das 16 horas da quinta-feira (15). Uma vizinha viu o homem caído e acionou o Samu, mas atendimento só foi feito após mais de uma hora da chamada. Durante este tempo, outras pessoas da vizinhança também entraram em contato com o Samu.

O filho da vizinha também teria ido correndo até a base do Samu, que fica cerca de dois quilômetros do local onde a vítima estava, e teria sido informado por um enfermeiro que ele deveria ir até o hospital pedir ajuda. A vizinha disse que o homem ficou cerca de 30 minutos agonizando e acabou morrendo. O Samu só chegou após uma hora, depois que as polícias Civil e Militar e a PAX já haviam feito os seus trabalhos.

No dia seguinte, a sobrinha da vítima foi até a base do Samu e pediu para ver formulário de atendimento da vitima, porém o chefe de enfermagem se negou a entregar o documento. A mulher também foi até a Secretaria Municipal de Saúde e acabou conseguindo que o Samu entregasse o documento. Por ser enfermeira, a sobrinha constatou que a ficha de atendimento não tinha o numero sequencial de atendimento e que os horários relatados estavam incorretos.

A sobrinha informou à polícia que consta no documento do hospital que o óbito foi constatado às 16 horas e que na ficha do Samu, a saída da base estava às 17 horas e o óbito, constava às 16h25 informada pela central de regulação.

Procurado, o coordenador do Samu Carlos Eduardo Cury informou que a ocorrência entrou na central de Campo Grande, que é onde cai a ligação dos moradores de Camapuã, às 16h59 e que a ambulância chegou ao local, às 17h09. Lá, foi constatada a rigidez cadavérica do homem, isto é, ele já havia morrido há algumas horas.

Segundo o coordenador, a chamada está documentada e gravada. Além disso, foi a única ocorrência da quinta. “Foi a única coisa que aconteceu foi ontem, não tem registro anterior a este”, diz.