Comunidade estava dormindo quando pistoleiros atacaram
Um vídeo divulgado na tarde desta terça-feira (22) pelo conselho Aty Guasu no Facebook traz o depoimento do líder indígena, o cacique Elpídio Pires (47), de etnia Guarani-Nhadeva, que foi atingido em ataques de pistoleiros contra a aldeia Potreto Guasu, em Paranhos (MS), no último dia 19.
No depoimento, o cacique conta que a comunidade estava instalada em acampamento, ainda dormindo, quando por volta das 4h30 da madrugada sofreram o ataque. Além de Elpídio, atingido com um tio na região abdominal, o indígena Metério Morales (39), também ficou com um projétil alojado no braço. O ataque durou até a 17h do sábado, quando a Força Nacional chegou ao local. Conforme o relato, os pistoleiros também incendiaram o acampamento.
Atendimento negado
O Conselho Aty Guasu denuncia em postagem que o atendimento médico a Elpídio e Metério foi negado no hospital de Paranhos, que alegou não haver vaga para o atendimento. A publicação também afirma que o hospital não realizou encaminhamento para Dourados. O atendimento teria acontecido apenas hoje.
Outra publicação do Conselho Aty Guasu também denuncia o municiamento de jagunços de fazendeiros da região. De acordo com a postagem, na manhã seguinte ao ataque (20), a Polícia Federal encontrou cerca de 800 munições, abandonadas na aldeia pelos pistoleiros. A denúncia também traz imagens do acampamento após incendio iniciado por jagunços.
Conforme notícia postada pelo Jornal Midiamax no último domingo, o ataque pode ter sido motivado por furto de gado da fazenda Ouro Verde, que fica ao lado da aldeia indígena.
Confira o vídeo:
