Depois de polêmica sobre parto, obstetra diz que é possível não perceber gravidez

Mulher deu à luz em banheiro de UPA e disse que não sabia que estava grávida

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Mulher deu à luz em banheiro de UPA e disse que não sabia que estava grávida

Depois da polêmica sobre o nascimento de um bebê, no banheiro da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida, especialista diz que é possível uma mulher não perceber a gravidez. O caso aconteceu na última quinta-feira (7), em Campo Grande. A mãe chegou ao hospital reclamando de cólica renal e diarreia e acabou dando à luz ao bebê em um vaso sanitário da unidade.

A obstetra Maria Auxiliadora Budib, confirma que é possível passar por uma gestação sem perceber os sintomas, no entanto, associa o fato a problemas psicológicos.

“É uma negativa muito grande. Ela pode estar passando por algum problema psicológico, ou bloqueio grave. Quando uma paciente está com alguma depressão, ou crises de ansiedade, não consegue notar os sintomas”, afirma.

Segundo as informações da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), a criança nasceu prematura de sete meses. Na ocasião do parto, a família da mãe, que teve o nome preservado, relatou que ela não tinha conhecimento sobre a gestação, mesmo já sendo genitora de uma criança de três anos de idade. 

A médica destaca ainda que os sintomas do parto podem ser associados a dores renais e cólicas intestinal, como relato pela mãe da criança. “A dor do parto é semelhante a crise renal e simula a cólica intestinal. Tanto que durante o trabalho de parte vaginal, algumas mulheres evacuam, mas quando isso acontece sai além das fezes, o sangue e a criança”, explica.

A obstetra diz que se for comprovado que ela esteja sofrendo algum problema psicológico, ela deve receber acompanhamento médico. “Tem que passar por um acolhimento, tanto ela quanto a família. É necessário trabalhar algumas questões porque mesmo sem querer ela negou a criança, agora pode vir o sentimento de culpa. É preciso trabalhar isso com uma equipe psicoterapêutica. Precisa de apoio com psicológico e até psiquiátrico”, orienta.

A médica explica que casos como este são raros e destaca a importância em observar as mudanças no corpo. “Acontece muito de a mulher descobrir tardiamente, mas da forma como foi é raro. A mulher deve ter o controle do ciclo menstrual, se não descer é porque alguma coisa está acontecendo. Geralmente no primeiro trimestre tem o sangramento de nidação [fixação do óvulo fecundado no útero], mas não é uma menstruação, é em pequena quantidade, é diferente”, adverte.

Polêmica – No caso ocorrido nesta semana, a mãe da criança teria gritado pela mãe e os médicos que estavam na emergência salvaram o recém-nascido. Ela e o bebê foram encaminhados à Santa Casa de Campo Grande e a criança permanece internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal.

O caso ganhou repercussão nas redes sociais. Em uma única postagem, houve mais de 260 compartilhamentos e centenas de comentários. Alguns defendem que a mulher sabia sobre a gestação, outros falam de negligência por parte da rede pública de saúde e alguns do milagre do nascimento, devido às circunstâncias.

O caso foi registrado na DEPCA (Delegacia de Pronto de Proteção a Criança e ao Adolescente) e pela Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) e será investigado pela 7ª DP (Delegacia de Polícia Civil).

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