SAS atendeu conselheiros e ‘aceitou’ adolescente em abrigo

Nesta terça-feira (23), a SAS (Secretaria de Assistência Social) informou há pouco que, “ fez o encaminhamento e a adolescente será reconduzida ao abrigo”. O fato ocorreu quase 24 horas depois, em que a denúncia chegou à Polícia Civil.

A informação recebida pela equipe do Jornal Midiamax é que o em teve dificuldades pela terceira vez em dois dias, em encaminhar adolescentes a abrigos. De acordo com uma das conselheiras, a determinação para impedir o acolhimento no abrigo seria da SAS.

O caso foi parar na delegacia. Consta no registro policial que, por volta das 21h15 de segunda-feira (22), uma adolescente de 17 anos pediu ajuda no posto da PM () do Bairro Nova Lima, região norte de Campo Grande, e disse que havia fugido de um abrigo, estava vagando pelas ruas, sem lugar para ficar e sem alimentação.

Os policiais checaram e encontraram um boletim de ocorrência de evasão de abrigo. Os militares não conseguiram contato com o Conselho Tutelar da região norte de Campo Grande e ligaram para o abrigo. A pessoa que registrou a evasão da adolescente falou para os militares levaram a garota até lá. Mas na chegada, uma funcionária disse que não receberia a adolescente, pois ela já havia causado diversos problemas no local.

Os policiais foram então à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro, para registrar a ocorrência.  Foi feito contato com o Conselho Tutelar Norte e foi informando que um conselheiro iria até a delegacia para buscar a adolescente. Pouco tempo depois, foi feito novo contato e os policiais foram informados que a coordenadora dos Conselhos Tutelares teria falado que nenhum abrigo receberia a adolescente novamente.

Foi feito contato com o Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança do Estado de Mato Grosso do Sul) e o coordenador se prontificou a ajudar no caso. Eles conseguiram um telefone de contato do pai da adolescente e ele aceitou recebê-la em casa.

Segundo a conselheira Vânia Nogueira, a adolescente é usuária de drogas e a não a quer em casa. Ela não foi levada a um abrigo, por conta de uma ordem judicial que a SAS teria conseguido e dizia para não encaminhar a adolescente ao abrigo.

Como a adolescente teria um ‘bo enorme’ a conselheira diz que foi informado que o conselho deveria levar a menina a Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento a Infância e Juventude), mas o local não funciona em plantão, apenas em horário comercial.

“O conselho tem que aplicar a medida protetiva, que está sendo negada pela SAS”, diz a conselheira. Segundo ela, isto nunca havia acontecido em Campo Grande, mas ontem antes do caso da adolescente, outra situação do mesmo tipo havia acontecido e hoje, novamente voltou a se repetir em um abrigo masculino.