Índios cercam comércio para impedir abertura

Atentado ocorrido na sexta-feira (29), contra o  Jolinel Leôncio Terena e o irmão dele, Josimar, fizeram com que equipes da Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos) e Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) de Campo Grande fossem até a cidade de , a 203 quilômetros da Capital. No local estão a Polícia Civil da região, além da Militar. O titular da Derf, Ojeda, foi o responsável pela operação.

Um morador da região e leitor do Jornal Midiamax, que preferiu não se identificar, informou que os índios ficaram de campana em frente de um mercado da cidade desde a noite de ontem, onde o suposto responsável pelo atentado trabalha, para impedir que o local seja aberto.

A rua foi isolada pelos policiais na tentativa de não haver novo confronto. Os índios realizam dança e gritam por justiça. Há informações de que mais indígenas devem se juntar ao grupo ainda neste sábado (30).

Prisão

Com a denúncia dos indígenas, a Polícia Civil registrou  boletim de ocorrência de homicídio doloso na forma tentada, com intenção de morte, às 21 horas de sexta-feira (29). Os servidores detiveram José do Amaral Gois, de 48 anos, e João Carlos do Amaral Goes, de 47 anos, conhecidos como “irmãos Amaral”, por conta das características dadas pelas testemunhas e vítimas do atentado.

Ainda no registro, os agentes informaram que o índio ferido está internado no HR (Hospital Regional). Porém, os demais ficaram insatisfeitos em não ter acesso aos presos e cercaram a unidade na noite de ontem. Os indígenas chegaram a ameaçar a atear fogo na delegacia, assim como no supermercado.

Confronto

De acordo com o Cimi(Conselho Indigenista Missionário), os irmãos e mais alguns indígenas trabalhavam em um roçado dentro dos limites da Terra Indígena Cachoeirinha, quando foram surpreendidos a tiros por indivíduos que estavam dentro de uma caminhonete modelo Hilux, branca. Jolinel foi ferido por um tiro.

A área fica nas redondezas da Aldeia Mãe Terra, nas margens da Rodovia MS-488, que liga a comunidade ao município de Miranda. Jolinel foi levado para um hospital de Campo Grande, pois o projétil ficou alojado no corpo. 

Os demais teriam identificado o veículo como de um fazendeiro da região, que teria rixa do grupo. Até o momento não houve prisão e os indígenas reclamam da não realização do boletim de ocorrência e por conta disso, foram até o mercado na tentativa de encontrar o suposto atirador.

Josimar declarou: “estávamos na roça, cuidando de nossa plantação, e ele simplesmente atirou no meu irmão, sem motivo algum, ele sempre faz isso. Este fazendeiro e seus jagunços, com o mesmo carro. Sabemos quem ele é, já avisamos as autoridades, eles atiram sempre, passam sempre por aqui, é todo dia”, conforme informações do site do Cimi.

Os indígenas afirmam que o alvo poderia ser Lindomar Terena, que estava perto do local do atentado. As lideranças terenas informaram que registraram um boletim no MPF (Ministério Público Federal), por considerar que a PF (Polícia Federal) tem acobertado os ataques dos fazendeiros. 

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*Matéria alterada para acréscimo de informações