O assaltante Paulo Vieira Torrete Junior, 22 anos, que matou o policial civil Weslen de Souza Martins, de 36 anos, durante um assalto a uma farmácia no bairro Bandeirante na noite da quarta-feira (12), já havia matado duas pessoas em Campo Grande.
De acordo com a delegada Maria de Lourdes Souza Cano, da Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos que investiga o caso, o primeiro homicídio de um desafeto, um garoto de 12 anos, foi em 2006, já o segundo homicídio foi em 2011. Torrette tinha diversas passagens pela polícia e já havia entrado e saído de vários estabelecimentos penais da Capital e atualmente estava em progressão de pena da Colônia Penal Agrícola.
Segundo Maria de Lourdes, o policial civil foi morto ao ser surpreendido pelo ladrão, que voltava ao estabelecimento depois de cometer o roubo. O criminoso utilizava uma máscara e havia roubado R$ 70 do caixa da farmácia e a chave do veículo do proprietário, porém o carro era automático e ele não conseguiu dirigir o carro. Torrete teria voltado para a farmácia com o objetivo de buscar o dono do carro.
“O dono da farmácia avisou ao policial que havia sido roubado e ele desceu para ver e não imaginava que o marginal voltaria para buscar o dono do carro. Ele foi surpreendido com a arma abaixada”, explica a delegada.
O ladrão disparou três vezes contra o policial que foi atingido no coração e morreu no local. Os outros dois tiros atingiram o balcão da farmácia. Após matar o investigador, Torrete fugiu e roubou um veículo Gol que era ocupado por um jovem de 24 anos e uma criança. O carro foi abandonado no bairro Coophasul. Ele foi morto dentro da casa em que morava, no bairro Jardim das Perdizes. A Polícia Civil apurou que a casa pertencia a Marlene Fernandes da Silva, 41 anos. Ela foi presa por favorecimento real.
Investigação – Ainda conforme a delegada, os policiais chegaram até o criminoso por meio de investigações conjuntas entre várias delegacias da Capital, entre elas as da Delegacia Especializada em Repressão a Roubos e Furtos (Derf) que investiga uma série de roubos a farmácias por ladrões encapuzados.
No assalto, Torrete utilizou uma máscara e entrou sozinho na farmácia. A Defurv vai investigar a participação de pelo menos outras duas pessoas no crime, já que o modo de agir dos criminosos que roubam veículos para serem vendidos em outros países envolve pelo menos outras duas pessoas.
Com relação ao uso de máscaras, Maria de Lourdes afirma que se trata de um meio para dificultar a identificação por parte da polícia e das vítimas. As investigações seguem e a Polícia Civil aguarda laudos periciais.
Carreira – Weslen estava há dez anos na Polícia Civil. Ele trabalhou no Setor de Investigações Gerais (SIG), na Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos (Derf), era instrutor de armamento e tiro na Academia de Polícia Civil Delegado Júlio César da Fonte Nogueira de Mato Grosso do Sul (Acadepol/MS) e atualmente estava lotado na Coordenadoria-Geral de Policiamento Aéreo (CGPA) da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp).
