Mais de 30 manifestantes presos durante protesto no Rio são soltos

Mais de 30 manifestantes que participaram dos protestos no Dia do Professor, no último dia 15, no centro do Rio, foram liberados neste sábado do Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste, de acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). Do grupo solto hoje, estão 29 homens e a produtora de cinema Elisa de […]

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Mais de 30 manifestantes que participaram dos protestos no Dia do Professor, no último dia 15, no centro do Rio, foram liberados neste sábado do Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste, de acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).

Do grupo solto hoje, estão 29 homens e a produtora de cinema Elisa de Quadros Sanzi, a Sininho. Também já foi liberado o professor e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz Paulo Roberto de Abreu, preso na escadaria da Câmara Municipal do Rio, na Cinelândia, quando filmava a manifestação para um trabalho que está desenvolvendo na Fiocruz.

Do total de 62 presos após a passeata dos profissionais de educação, 52 já deixaram a prisão. Três deles foram para casa na quinta-feira e mais 19 na noite de ontem. Mais três aguardam a chegada do alvará de soltura para também ser liberados. Sete vão permanecer presos.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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