Polícia prende mentor de destruição a posto policial durante operação em Anhanduí

Ao todo, 44 policiais civis e militares fizeram uma varredura no Assentamento Sucesso. Até o momento, foram apreendidos diversas munições e um revólver calibre 38

Oito dias após um grupo incendiar o Pelotão Militar no distrito de Anhanduí, distante a 50 quilômetros de Campo Grande, policiais civis e militares organizaram uma operação na cidade, em represália a ação dos baderneiros. Ao total 44 homens participam da ação, deflagrada às 6h desta segunda-feira (25).

O mentor do grupo, Fernando Vieira Quintino, 20 anos, foi preso. Foi ele quem dirigiu o trator em direção ao posto policial e quebrou uma das paredes, na madrugada do domingo (17).

Fernando já teria se apresentado a delegacia de Nova Alvorada, alegando que não tinha a intenção de invadir o posto, mas que perdeu o controle da direção após passar por cima de um mastro de bandeira. Hoje ele foi encaminhado a 4ª D.P. (Delegacia de Polícia), onde estão presos mais três comparsas.

Os policiais também vistoriaram o Assentamento Sucesso para cumprir o mandado de prisão e de buscas e apreensões onde apreenderam um revólver calibre 32, além de munições calibre 38, 22, 32 e 12 e um pedaço de arma calibre 22.

“A Operação Anhanduí foi uma resposta ao ocorrido no dia dia 17 de junho”, afirma o delegado titular da 5ª D.P. (Delegacia de Polícia), Fernando Nogueira.

O delegado Devair Aparecido, da 4ª D.P., também esteve no local e disse que são inúmeras as denúncias de tráfico de drogas e armas naquele assentamento. “Prendemos duas pessoas por porte ilegal de armas e as buscas continuarão a ser realizadas”, explica o delegado.

Em apoio ao distrito, o delegado Thiago José Passos da Silva, que trabalha em Nova Alvorada do Sul, cidade distante a 120 quilômetros da Capital, garante que a operação será repetida na cidade. “Foi muito positiva a operação e sempre que possível vamos estar aqui novamente”, diz Silva ao jornal Midiamax.

A equipe de reportagem visitou o local e verificou que todas as janelas do posto continuam quebradas, além das paredes chamuscadas. “O trabalho dos policiais plantonistas continua normal, mas em breve será reformado e terá reforço policial”, fala o aspirante tenente Andrade.

Fernando e as outras três pessoas que foram presas irão responder por formação de quadrilha, dano ao patrimônio público, incêndio, injúria, desobediência.

População

Em uma cidade pequena, constituída por dois mil habitantes, os moradores falam que este é o assunto do momento. “É uma coisa que realmente não deveria acontecer, aqui sempre foi muito sossegado”, fala o comerciante Paulo Pereira da Silva, 58 anos.

Quitéria Belarmino da Conceição, 50 anos, disse que poucas vezes acontecem crimes no distrito e que ficou assustada. Já a estudante Mirian de Oliveira Silva, 14 anos, diz que este é o assunto do momento. “Nas ruas, na minha escola e até nas rádios as pessoas só comentam isso”, conta a estudante.