Abusos de crianças cometidos por adolescente tornaram-se mais frequentes, diz polícia

A sexualidade precoce das crianças que, segundo especialistas se originam na falta da presença dos pais e na erotização em novelas, músicas e internet é um ponto principal para discutir o assunto

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A sexualidade precoce das crianças que, segundo especialistas se originam na falta da presença dos pais e na erotização em novelas, músicas e internet é um ponto principal para discutir o assunto

Casos de violência sexual onde crianças são abusadas por adolescentes, dentro de casa e, muitas vezes sendo o autor um próprio familiar, vem ocorrido com certa frequência em Campo Grande, de acordo com a Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e a Juventude (Deaij).

A sexualidade precoce das crianças que, segundo especialistas se originam principalmente na falta da presença dos pais e na constante erotização em novelas, músicas e internet é um ponto principal para discutir o assunto e prevenir  situações desagradáveis que podem traumatizar e desestruturar uma família.

Um dos últimos casos que chegou ao conhecimento da polícia aconteceu em uma vila de casas no bairro Vila Margarida, onde uma criança de 7 anos teria pedido a bicicleta ao vizinho de 15 anos.

O adolescente então convidou a criança para entrar. Os dois foram flagrados pelo irmão do menino que avisou a babá que também cuidava de um recém nascido de 1 ano. 

Outros dois casos recentes aconteceram no bairro Vila Progresso e Jockey Clube no final do mês de maio. No primeiro bairro o autor de 15 anos, primo de uma menina de 5. Ele teria praticado sexo anal com a criança, fato constatado em exames do Imol.

Já no Jockey Clube uma menina de sete anos teria sido violentada por dois garotos, sendo que um fez o ato e outro a segurou.

De acordo com a delegada Maria de Lourdes, da Deaij, esses atos que ocorriam com frenquência em vias públicas migrou para dentro das casas, dificultando assim o trabalho da polícia que só pode agir por meio de denúncia.

“Nesses casos têm de saber conversar com o adolescente e criança. Não se pode perguntar por exemplo, se ele estuprou. É necessário falar a linguagem deles, entrar no mundo deles”.

Em muitos casos, segundo a delegada, autor e vítima que convivem familiarmente com outras pessoas que já abusaram ou foram abusadas sexualmente, muitas vezes não vêem isso “como uma coisa errada e sim normal”. Após notificação na polícia, menores envolvidos nessas situações recebem acompanhamento psicossocial.

De acordo com a psicóloga Ludmila de Moura, é imprescindível a orientação dos pais e familiares sobre a orientação sexual dos filhos. “Hoje em dia, muitas crianças ficam sozinhas em casa, os pais estão trabalhando e, com isso o adolescente ou criança fica o dia inteiro assistindo televisão ou na internet”.

“É uma hipocrisia da nossa sociedade, que faz uma coisa e fala outra”, diz a psicóloga sobre programas de televisão e conteúdos da internet e de músicas que com seu ‘bombardeio midiático’ pode influênciar numa precoce sexualidade de quem está em idade de formação.

 

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