Denúncia da violência foi registrada em 2009, mas caso não seguiu adiante porque a mulher não quis representar contra o ex-marido (foto ao lado); eles haviam separado recentemente

A Polícia Civil confirmou que o soldado da Polícia Militar Paulo César Lucas Batista, de 42 anos,  possui contra si um boletim de ocorrência em 2009 por ter ameaçado a sua a esposa, a agente de saúde, Luciana Chaves Farias, de 34 anos, assassinada por ele na madrugada de domingo (30), com um tiro nas costas na altura do abdômen.

De acordo com a Polícia Civil, Luciana não quis representar contra o PM, motivo pelo qual não foi dado sequência no registro policial.

Já a assessoria de imprensa da PM afirma que no SIGO (Sistema Integrado de Gestçao Operacional) existe um B.O. onde o soldado é vítima de violência doméstica.

De acordo com a PM,  no primeiro caso, o boletim feito pela agente de saúde pode não ter sido  direcionado pela Polícia Civil à Corregedoria da Polícia Militar.

Crime

Por volta das 02h45 do último domingo (30), o soldado da Polícia Militar, Paulo César Lucas , 42 anos, matou sua ex-esposa com um tiro. O crime aconteceu no Bairro Ouro Verde, em Campo Grande, na kitinet em que o policial mora.

O policial é do 1° Batalhão do Bairro Coophavilla II e até ontem (30) estava preso na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) do bairro Piratininga e seria transferido para o presídio militar.

O soldado Batista, 42, conta que teve sua casa arrombada quando deu o tiro no escuro, que acertou a ex no abdômen.

De acordo com o padrasto da vítima, Luis Carlos Batista, 44, eles eram casados há mais de 16 anos e têm três filhas, sendo uma de 16 anos, uma de 12 anos e outra de 11 anos.

O padrasto discorda da versão apresentada pelo suposto autor do crime, e diz que o corpo da vítima estava no quintal da casa a aproximadamente cinco metros da porta. Ele confirmou o tiro foi nas costas.

Segundo o advogado da Associação de Sargentos e Sub Tenentes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, Rafael Nunes da Cunha, eles eram casados oficialmente, porém estavam separados há cerca de duas semanas. A esposa morava com as filhas em uma casa, localizada a algumas quadras da kitinet de Lucas, que mudou após a separação.

Vanderley Pereira Chaves, 51 anos, tio da vítima não acredita na versão do acusado. Ele afirma que foi ao local do crime, não encontrou sinais de arrombamento na porta e além disso a vítima apresentava marcas de asfixia no pescoço.

O delegado Higo Arakaki, explica que não foram encontrados sinais de arrombamento na na kitinet e também afirmou que o tiro acertou as costas da vítima, na altura do abdômen. Foram encontrados sinais de violência no corpo de Luciana com sinais de estrangulamento.

De lado de foram também estava a cápsula da pistola .40, utilizada no crime. Ainda no local do fato, o policial teria comentado sobre vontade de suicidar-se.

Lucas foi quem acionou o Corpo de Bombeiros, porém Luciana morreu a caminho do Posto de Saúde da Coophavilla.