Dois jovens ainda seguem internados, um deles em estado grave na Santa Casa

Vinte e um dias após as investigações, o inquérito policial a respeito do desastre ocorrido no dia 19 de novembro, na saída para Três Lagoas, foi encerrado hoje pela manhã. Na ocasião, sete jovens estavam em um veículo Honda City quando o motorista, um adolescente de 15 anos, perdeu o controle da direção e capotou o veículo várias vezes na avenida Ministro João Arinos.

Todos os ocupantes foram arremessados para fora do veículo. José Eduardo morreu na hora e dois adolescentes seguem internados, um deles em estado grave no hospital Santa Casa de Campo Grande.

De acordo com a delegada Maria de Lourdes Cano, responsável pelo caso, após colher o depoimento de mais de trinta pessoas, cinco foram indiciadas no total, entre elas os pais e o adolescente de 15 anos que conduzia o veículo no momento do acidente, Roberto Wagner da Costa, 52 anos, que é o pai do adolescente que organizou a festa e permitiu o consumo de bebida alcoólica e Ricardo Martins, 28 anos, proprietário da conveniência que vendeu a bebida alcoólica aos jovens.

“Neste período, realizamos perícias, colhemos provas e todas as pessoas que compareceram na casa foram intimidas, além dos pais dos adolescentes. De todos que chegaram para o churrasco, apenas um chegou de carro, os outros foram deixados pelos pais. Por permitir que o filho transitasse em via pública e com isso assumir o risco de qualquer acidente ou crime, José Bernardo Pereira e Marisa Pacheco Galego foram indiciados. O adolescente também será responsabilizado pela morte de José Eduardo e a tentativa de homicídio contra os outros cinco adolescentes. Roberto será penalizado pelo ilícito de servir bebida alcoólica aos menores de 18 anos. É uma punição que não tem tratamento severo, mais ele será processado e pode pegar até um ano de reclusão. Já o dono da conveniência será processado por permitir a venda, já que estava na conveniência”, afirma a delegada.

Pelos autos, segundo Maria de Lourdes, ficou comprovado que o veículo estava em alta velocidade, cerca de 170km/h e que quase todos ingeriram bebida alcoólica na festa. “O processo está agora no Poder Judiciário. Este crime é mais um alerta para os pais, que devem garantir a integridade física dos filhos, buscando evitar o consumo de bebida alcoólica e não permitindo o uso do veículo sem a posse da CNH (Carteira Nacional de Habilitação)”, alerta a delegada.