Pedro Eudes de Moura, 51, era amigo da vizinhança, sofria pressão dos comerciantes e prendia ladrões e entregava-os à polícia; “diziam que a hora dele ia chegar, mas não acreditava, era um homem bom”; no asfalto, marcas de sangue (foto)
‘Seu Pedro’ era conhecido pelos moradores do Bairro Santa Luzia, onde há sete anos percorreu as ruas durante noites e madrugadas em sua bicicleta. Vigilante, o barulho do apito indicava segurança. Nessa madrugada, o silêncio. Pedro Eudes de Moura, 51, foi assassinado enquanto trabalhava na esquina das ruas Santo André e Santa Mônica.
Foram golpes de faca na barriga, costas, mas a morte teria sido provocada por um único tiro em sua nuca. Pelas características, a polícia suspeita de que o vigilante lutou antes de morrer alvejado pela própria arma.
O motivo do crime, ainda é incógnita. Mas, no bairro corre um único boato: Seu Pedro fazia o serviço da polícia e por isso, reuniu inimigos ao longo desses sete anos de trabalho. “Ele sofria pressão dos comerciantes porque quando eles eram roubados cobravam dele uma solução. O Pedro fazia serviço de policial e entregava os caras para a polícia. Recebia ameaças de que o dia dele ia chegar, mas ele não acreditava, era um homem bom”, diz um familiar, cujo nome foi preservado por segurança.
Seu Pedro foi encontrado morto em frente à casa de dona Ermelinda dos Santos. Como ela toma remédio para dormir, não ouviu barulho algum, mas assim como os amigos e vizinhos, lamentou o episódio. “Barbaridade fazerem isso com quem está trabalhando. Todos os dias antes de dormir a gente ouvia o barulho do apito. Esse bairro está muito perigoso”, finaliza Ermelinda dos Santos.
O vigilante morava com a esposa e filhos na Rua Santa Gertrudes, a três quadras de onde foi assassinado. A família preferiu o silêncio diante da situação de medo.
O Bairro Santa Luzia fica situado atrás do conjunto Coophasul, na saída para Rochedo.