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Opinião

Nos tempos das grandes obras

Aristóteles Drummond
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Aristóteles Drummond - Jornalista e Grande Benemérito da Associação Comercial do RJ

Analisando o histórico da política nas maiores cidades do Brasil, conclui-se a importância do legado daqueles que deixaram obras notáveis, que os coloca acima de posições políticas ou ideológicas. A passagem pelo executivo para muitos não era uma vocação de política, mas de gestão baseada em obras concretas.

A recente eleição de Eduardo Paes para um quarto mandato no Rio de Janeiro, para o qual foi votado pela direita, pelo centro e pela esquerda, vencendo logo no primeiro turno, foi o reconhecimento pelo formidável acervo de grandes obras que a cidade não via há décadas. Um observador atento verificaria o quanto a antiga capital do Império e da República deve a seus gestores de excelência. Na República Velha, Pereira Passos e Carlos Sampaio; na era Vargas, Pedro Ernesto; e nos dez anos de cidade-estado, as formidáveis obras de Carlos Lacerda e Negrão de Lima.

Lacerda promoveu a primeira parte da obra do Guandu, que livrou a cidade do drama da falta d’água, assim como os túneis abertos em Copacabana, o Sá Freire Alvim, na Barata Ribeiro, e o Rubens Vaz, na Tonelero. Carlos Lacerda foi o realizador dos túneis, pois retomou as obras, inaugurou o Santa Bárbara e construiu o fantástico Rebouças. O que seria da cidade sem estes túneis?

Negrão de Lima, como foi um grande estadista, manteve as melhores relações com três presidentes – Castelo, Costa e Silva e Médici – e obteve recursos para obras notáveis, como a remoção das favelas da Catacumba e da Guarda, na Lagoa Rodrigo de Freitas, a da Praia do Pinto, a Macedo Sobrinho, no Humaitá, de grande valia para a Zona Sul. E, talvez, a obra maior: o alargamento da Avenida Atlântica e da faixa de areia de Copacabana. Completou a obra do Guandu, com a segunda fase que até hoje atende não só a cidade como parte da Baixada Fluminense.

São Paulo se tornou cidade viável com três notáveis prefeitos, Adhemar de Barros, Faria Lima e Paulo Maluf. Não há como negar os grandes feitos destes realizadores. Adhemar, desde interventor, ao manter Prestes Maia na prefeitura, desenhou as grandes obras da época.

Manaus deve a sua modernidade ao inesquecível Jorge Teixeira, gaúcho que mais fez pelo Norte, desde coronel do Exército, ao fundar o Colégio Militar de Manaus, às grandes obras na capital, como prefeito, e depois como o fundador de Rondônia. Grande militar, grande gestor público.

Salvador deve muito a Antônio Carlos Magalhães, que muito fez como prefeito e depois como governador – incluindo na gestão de alguns sucessores que fez com seu prestígio político e eleitoral.

São alguns exemplos da importância de se aliar a trajetória política com grandes realizações. No pós-regime militar, as obras escassearam em todo o país. O espírito de homens como o ministro Mário Andreazza não baixou nos sucessores e foram raros os exemplos de feitos, sendo que no governo Bolsonaro a revelação foi o hoje governador Tarcísio de Freitas, de São Paulo. O próprio Bolsonaro foi incapaz de resolver os acessos à cidade do Rio, deixando estradas abandonadas em seu mandato. Belo Horizonte, que não sabia de grandes projetos desde JK, viveu com Hélio Garcia os anos de sua modernização. Hélio teve no engenheiro José Geraldo Ribeiro um grande coordenador de obras. 

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