Como administrar um país tão dividido? Prudência é recomendável

Aristóteles Drummond

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Aristóteles Drummond

No momento em que este artigo é escrito não se sabe o resultado que acompanha esta edição de O DIA. Mas não adianta saber. O importante é que, chegada à decisão da eleição presidencial, o país estava dividido, radicalizado, com reflexos na vida das pessoas, das famílias, dos grupos de amigos.

O presidente Bolsonaro, com a evidente melhor proposta, jogou fora uma reeleição fácil em função de seu comportamento pessoal. Gerou crises, polêmicas, embates, conflitos. Adotou postura inusual na história republicana. Caso tenha sido ele o eleito de ontem, e quiser realmente servir ao Brasil, deve rever este comportamento, procurar recuperar o apoio daqueles que lhe fizeram oposição sem inspiração ideológica, ou fisiológica. Basta ser mais discreto, palpitar menos e dialogar mais. Ser mais tolerante, não cair em provocações. Vencer pelos fatos e não pelas reações fortes. O povo gosta de paz, quer trabalhar, quer emprego, comida no prato e segurança nas ruas.

Já o ex-presidente Lula, caso tenha sido o vencedor, deve renunciar a seus propósitos político-ideológicos, não aprofundar diferenças e levar a insegurança e intranquilidade aos brasileiros que produzem no campo e nas cidades.

Não pode voltar à postura leniente com as ações do MST, com invasões de propriedades, com sabotagem em laboratórios. Muito menos ameaçar romper contratos, concessões, privatizações, reformas feitas com acerto, e reconhecimento, por Temer e Bolsonaro.

A economia dos países neste século é muito dependente da globalização, de uma cadeia produtiva integrada. Não convém assustar multinacionais, inibir investidores, limitar a possibilidade da geração de empregos pelo setor privado. O estado já está pesado demais. E a filosofia do PT é claramente pelo aparelhamento da máquina pública. O Brasil cresceu muito, estas coisas repercutem no dia a dia de forma muito rápida.

A tranquilizar a sociedade resta a maioria moderada, conservadora, do novo Congresso Nacional, mas sempre vulnerável à cooptação pelos detentores do poder.

Hoje é um novo dia, uma nova fase, uma nova vida para todos. Vamos assumir, juntos, as responsabilidades e o compromisso com os brasileiros que pedem emprego e proteção. O que passou, passou.

Lembrando o velho Adhemar de Barros, agora o momento é de “fé em Deus e pé na tábua”. Mais trabalho e menos politicagem. Mais harmonia e menos políticas de ódio.