O governo da Espanha anunciou neste sábado (28) que o número de mortos por coronavírus já passa dos 5,6 mil, mas um relatório do Instituto de Saúde Carlos III sugere que as baixas causadas pelo Covid-19 são muito maiores no país, já que não há testes para todos.

O jornal espanhol El País teve acesso ao documento, que mostra uma realidade muito mais dura do que a apresentada pelo governo sobre o quadro de mortes causadas pela pandemia. De acordo com a reportagem, o vírus quase dobrou o número de falecimentos em algumas regiões da Espanha, na comparação com a média de anos anteriores.

A matéria explica que as autoridades espanholas só incluem na lista de mortos por coronavírus aqueles que testaram positivo antes de morrer. O documento do Instituto Carlos III, no entanto, atenta para o fato de muitas pessoas infectadas pelo Covid-19 estarem morrendo, sem serem testadas, por pneumonia, por exemplo, cujos sintomas são parecidos com os da doença causada pelo novo vírus.

A reportagem da destaque para o caso da região de Castela e Leão, no Noroeste do país, que registrou, entre os dias 17 e 14 deste mês, 885 mortes, enquanto a média de falecimentos na mesma região era de 500, de acordo com o documento. Das mortes registradas em março, houve um aumento de 77% de falecimentos em decorrência de “excesso de desfunções”, que incluem sintomas que podem ter sido causados pelo Covid-19.