EUA e México buscam em Rio Grande, corpo de menina brasileira filha de haitianos
Uma menina de 2 anos, identificada como Alia, desapareceu esta semana no Rio Grande, fronteira dos EUA com o México, segundo a mãe Marie Rose Joseph, cidadã haitiana de 28 anos que tentava entrar ilegalmente no território americano. De acordo com a mulher, a criança nasceu no Brasil. A informação foi dada ontem pela Agência […]
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Uma menina de 2 anos, identificada como Alia, desapareceu esta semana no Rio Grande, fronteira dos EUA com o México, segundo a mãe Marie Rose Joseph, cidadã haitiana de 28 anos que tentava entrar ilegalmente no território americano. De acordo com a mulher, a criança nasceu no Brasil. A informação foi dada ontem pela Agência de Proteção de Fronteira dos EUA (CBP, na sigla em inglês).
A mulher foi detida pelas autoridades americanas em Del Rio, no Texas, na segunda-feira, assim que cruzou a fronteira. No momento em que foi presa, informou que tinha perdido sua bebê durante a travessia.
O Corpo de Bombeiros de Ciudad Acuña, afirmou que um grupo de 12 imigrantes haitianos tentava cruzar o Rio Grande (Rio Bravo para os mexicanos), quando a criança desapareceu. Como a correnteza é muito forte, a criança foi levada pelas águas.
As buscas foram retomadas ontem e os bombeiros de Ciudad Acuña, no Estado mexicano de Coahuila, trabalhavam em parceria com autoridades americanas. Os trabalhos para tentar localizar a criança envolvem botes, equipes de mergulhadores e veículos remotos submergíveis, além do apoio de um helicóptero.
Segundo os pais de Alia, os três estavam com outros dez adultos que cruzaram o Rio Grande na altura do Parque Braulio Fernández Aguirre, a alguns metros da ponte internacional e do albergue onde dezenas de imigrantes de vários países estão abrigados, segundo o diretor de Proteção Civil de Acuña, Javier Félix Ríos
Marie Rose disse que levava Alia nos braços, presa em um xale, mas ela acabou se soltando em razão de seu desespero no momento de atravessar o rio à noite e às escuras. Bombeiros, Proteção Civil, o Grupo Beta, o Exército e a Polícia Federal do México, com o apoio de autoridades americanas, iniciaram no mesmo dia a busca pela menina.
As equipes de busca temem que, em razão de seu pouco peso, ela tenha sido arrastada por vários quilômetros e seus restos apareçam nas localidades de Jiménez ou Piedras Negras. O albergue Braulio Fernández Aguirre, de onde partiu o grupo de haitianos vindo do Brasil, está sendo vigiado pela Polícia Federal e pelo Exército mexicano, mas os imigrantes continuam perambulando livremente por toda a área e até mesmo se aproximam das águas do Rio Grande.
No mês passado, o governo mexicano cedeu às pressões do presidente americano, Donald Trump, e prometeu fazer mais para conter a entrada de imigrantes nos EUA.
Marie Rose, o marido – identificado como Jean Yunel Forestal, de 36 anos – e seu grupo estão sendo mantidos incomunicáveis no centro de imigrantes em Del Rio, no Texas, e a qualquer momento podem ser enviados de volta para o México.
O Ministério das Relações Exteriores tem conhecimento do caso e o acompanha por meio do Consulado-Geral do Brasil em Houston, no Texas. Em respeito à privacidade dos envolvidos, a assessoria afirmou que não poderá fornecer informações adicionais sobre o tema.
Em agosto, reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostrou que muitos haitianos que deixaram o Brasil em direção aos EUA ficaram em cidades como Tijuana em razão da intensificação das políticas anti-imigração de Trump e da pressão constante sobre o governo mexicano. Eles se dividiam entre o arrependimento por terem deixado o território brasileiro e a esperança de um dia chegar ao outro lado da fronteira.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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