Em cúpula vazia, Mercosul e Aliança do Pacífico buscam se unir contra Trump
Com o fantasma do protecionismo à espreita, Mercosul e Aliança do Pacífico, dois dos principais blocos latino-americanos, começam a movimentar suas peças para tentar forjar novas parcerias comerciais, mas a primeira intenção concreta pode não passar disso – uma intenção. Nesta terça-feira (24), ocorre a primeira reunião de presidentes do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e […]
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Com o fantasma do protecionismo à espreita, Mercosul e Aliança do Pacífico, dois dos principais blocos latino-americanos, começam a movimentar suas peças para tentar forjar novas parcerias comerciais, mas a primeira intenção concreta pode não passar disso – uma intenção.
Nesta terça-feira (24), ocorre a primeira reunião de presidentes do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) e da Aliança do Pacífico (Chile, Colômbia, México e Peru). Mas o encontro pode ficar esvaziado diante de particularidades enfrentadas por cada governo.
Do lado do Mercosul, por exemplo, apenas Brasil e Uruguai participarão do evento. O presidente argentino, Mauricio Macri, não vai a Puerto Vallarta, cidade mexicana onde a cúpula acontece, para cuidar de crises domésticas.
Já o Paraguai ficou um tempo sem presidente, após a renúncia de Horacio Cartes -que voltou atrás e decidiu permanecer no cargo, mas não estará no México.
Na Aliança do Pacífico, algumas situações únicas também. O encontro terá como anfitrião o mexicano Enrique Peña Nieto, que deixa o cargo em dezembro. O presidente eleito, Andrés López Obrador, desistiu de participar do evento por não contar com um documento formalizando que venceu as eleições de julho.
Na Colômbia, o presidente Juan Manuel Santos também está em seus últimos dias como mandatário -Iván Duque assume em agosto. Diante desse contexto, o que resta é um protocolo de intenção dos dois blocos, que tentam fortalecer o comércio e os investimentos bilaterais e aumentar a integração regional.
A previsão é que seja assinada uma declaração e um plano de ações para facilitar as trocas comerciais, a cooperação regulatória, agenda digital e o comércio inclusivo, segundo o Itamaraty.
O local escolhido para a reunião, Puerto Vallarta, é uma cidade de 275 mil habitantes -equivalente a Governador Valadares (MG)–, balneário no estado de Jalisco, oeste mexicano.
Nos últimos dias, a tranquilidade do município foi substituída pela presença maciça de militares. Eles estão no supermercado fazendo compras, em blindados patrulhando as ruas e nos helicópteros que sobrevoam a cidade.
O interesse mútuo na aproximação se insere num contexto de maior protecionismo no mundo, após o ‘brexit’, como é chamada a saída do Reino Unido da União Europeia, e a eleição do republicano Donald Trump à Casa Branca, em 2016.
Logo que assumiu o cargo, Trump implementou medidas para tentar recuperar a indústria dos Estados Unidos e melhorar a balança comercial do país.
Antes mesmo de travar uma guerra com a China, Trump já havia mirado dois parceiros de longa data dos Estados Unidos: México e Canadá. O Nafta, acordo de livre-comércio forjado em 1994, está em processo de revisão. Trump acha que os EUA foram prejudicados.
Sem seu maior parceiro comercial, o México, principal economia da Aliança do Pacífico, se vira para seus vizinhos em busca de uma forma de sobreviver a um futuro cada vez mais concreto em que o Nafta seja remodelado -para pior, no seu caso.
O Mercosul, por sua vez, tenta há anos um acordo comercial com a União Europeia que sempre esbarra no protecionismo de ambos os lados. Em resumo, os dois blocos podem ganhar com uma aproximação.
Segundo dados do Itamaraty, Mercosul e Aliança do Pacífico respondem por cerca de 90% do PIB (Produto Interno Bruto) e dos fluxos de investimento externo direto na América Latina e Caribe.
É um mercado de quase 470 milhões de pessoas. Em 2017, o comércio do Mercosul com a Aliança do Pacífico somou US$ 35,3 bilhões (R$ 133 bilhões), alta de 18% em relação ao ano anterior. Só o Brasil comercializou US$ 25 bilhões (R$ 94 bilhões) com o bloco, um aumento de 21,4%.
Notícias mais lidas agora
- ‘Discoteca a céu aberto’: Bar no Jardim dos Estados vira transtorno para vizinhos
- Carreta atropela mulher em bicicleta elétrica na Rua da Divisão
- Papai Noel dos Correios: a três dias para o fim da campanha, 3 mil cartinhas ainda aguardam adoção
- VÍDEO: Motorista armado ‘parte para cima’ de motoentregador durante briga no trânsito de Campo Grande
Últimas Notícias
Santa Casa de Campo Grande enfrenta superlotação crítica e riscos à assistência
Profissionais relatam desafios enfrentados no cotidiano diante da superlotação, como jornadas extenuantes e aumento dos riscos para pacientes
Câmara aprova projeto que restringe uso de celular em escolas
Projeto prevê a medida para escolas públicas e privadas
Acostamento de vias na elaboração e na contratação de projetos de engenharia é tema de debate na Alems
Deputado Caravina prevê que “a implantação de acostamentos nas rodovias estaduais, sem dúvida, diminuirá consideravelmente os riscos de acidentes”
Engavetamento com seis veículos deixa trânsito lento na Avenida Afonso Pena
Dentre os envolvidos estão uma BMW X4, uma Chrysler Caravan, um VW Polo e dois VW Gol
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.