Decretos ampliaram perfil de quem pode ser detido

As prisões de supostos ilegais nos Estados Unidos aumentaram quase 40% nos primeiros 100 dias da Presidência de por causa de decretos presidenciais que ampliaram o perfil de quem pode ser detido devido a violações imigratórias, de acordo com dados do governo divulgados nesta quarta-feira (17). As informações são da agência Reuters.Prisões de imigrantes ilegais nos EUA sobem quase 40% com Trump

O diretor interino da Agência de Cumprimento das Leis da Imigração e da Alfândega (ICE, na sigla em inglês), Thomas Homan, disse que as prisões realizadas pelo organismo chegaram a 41.318 entre 22 de janeiro e o final de abril deste ano – contra 30.028 no mesmo período do ano passado.

Dos presos, quase dois terços tinham condenações criminais, mas também houve um salto considerável – de mais de 150% – no número de imigrantes nunca condenados por outros crimes detidos pela ICE: 10.800 desde o início de 2017, comparados com os 4.200 presos sem condenações criminais no mesmo período de 2016.

Este aumento é resultado de diretrizes recentes fornecidas pelo secretário de Segurança Interna, John Kelly, para implementar os decretos de Trump sobre o cumprimento das leis da imigração interna e da segurança de fronteiras, assinados em 25 de janeiro, poucos dias depois de o presidente republicano tomar posse.

“Aqueles que entram no país ilegalmente, de fato violam a lei, isso é um ato criminoso”, disse Homan, enfatizando que os imigrantes que representam uma ameaça à segurança nacional ou têm fichas criminais ainda são uma prioridade da agência. Ele disse que a ICE continuará a visar pessoas que receberam uma ordem definitiva de remoção de um juiz de imigração, mesmo que não tenham cometido outro crime.

“Quando um juiz federal toma uma decisão e emite uma ordem, essa ordem precisa significar algo. Se não agirmos com base nessas ordens, estamos só girando em círculos,” afirmou Homan.

Embora o presidente Barack Obama também tenha sido criticado por deportar uma grande quantidade de imigrantes, a maioria era de pessoas que haviam acabado de cruzar a fronteira e apreendidas ao entrar em solo norte-americano de forma ilegal.

De fato, as deportações diminuíram 12% com Trump quando comparadas com o mesmo período da era Obama, segundo Homan, já que as pessoas presas no interior normalmente têm casos mais complicados que podem avançar mais lentamente no sobrecarregado sistema legal de imigração.

O número de pessoas flagradas atravessando a divisa com o México encolheu consideravelmente desde o início do ano, de acordo com dados da ICE.