Alguns defensores da saída pretendem barrar estrangeiros

Os britânicos já estão indo às urnas nesta quinta-feira (23) para decidir se o país continua ou não fazendo parte da UE (). Diversas pautas têm sido consideradas de ambos os lados, para apoiar ou não o Brexit (expressão em inglês que abrevia o termo ‘saída britânica') e, entre elas, está a crise dos imigrantes.

Um pôster utilizado por um partido favorável ao Brexit mostra vários imigrantes tentando entrar na Europa, com a frase “Ponto de ruptura: devemos nos libertar da UE e retomar o controle de nossas fronteiras”, mas foi criticado por um dos líderes da campanha pela saída, o ex-prefeito londrino Boris Johnson.

“Não gostei”, disse Johnson em entrevista à rádio LBC. “A mensagem parece insinuar que só pessoas más querem entrar em nosso país. Eu me senti profundamente insatisfeito com isso”.

De acordo com o jornal O Globo, uma vitória do Brexit poderia indicar que os favoráveis à saída estejam tentando fugir de associações entre sua campanha e políticas de intolerância, o que tem sido agravado depois da morte da deputada Jo Cox, uma das líderes da campanha pelo “Fica”.

O analista do Conselho Europeu de Relações Internacionais, Sebastien Dullien, afirma que se ocorrer a saída, o precisaria aceitar a entrada de trabalhadores de outros países se quiser manter seu mercado único que movimenta 500 milhões de consumidores, a exemplo de países como Suíça e Noruega.

“Quando um referendo aprovou na Suíça a limitação à entrada de imigrantes, a UE agiu rapidamente para impor sanções. Eu não vejo por que seria diferente com o Reino Unido. Se os defensores do Brexit realmente quiserem limitar a migração, terão que desistir do mercado único”, aponta.