Mais de 1,5 milhão no Reino Unido pede novo referendo sobre UE

Parlamento britânico considera debater o pedido

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Parlamento britânico considera debater o pedido

Mais de 1,5 milhão de assinaturas foram coletadas nesse sábado (25) em uma petição pública para que o Reino Unido realize outro referendo sobre a permanência na União Europeia. Na sexta-feira (24), foi divulgado o resultado do referendo em que 51,89% dos eleitores britânicos optaram por deixar associação com os países europeus, no qual os países britânicos participavam a mais de 40 anos.

De acordo com o G1, o texto foi proposto por um cidadão identificado com William Oliver Healy e pede aos deputados que a implementação de uma norma que prevê a convocação de um novo referendo caso o voto para sair ou não da União Europeia for inferior a 60%, e tenha uma participação inferior a 75%.

O parlamento afirmou em seu site oficial que irá considerar este pedido, além de se comprometer a fazer que todas as iniciativas cidadãs que reúnam mais de 100 mil assinaturas. Para isso, uma comissão vai se reunir na próxima terça (28), quando poderá decidir se aprova a realização de um debate sobre o assunto.

Referendo

Cabe destacar que o referendo não é “vinculante”, ou seja, não torna obrigatória a decisão de sair do bloco europeu. Após a renúncia de David Cameron, dificilmente o primeiro-ministro que irá o suceder irá contrariar a decisão da população. Parlamentares também podem bloquear a saída do Reino Unido, mas analistas consideram que isso seria suicídio político.

Enquanto a direita britânica diz não ter pressa para formalizar o pedido de separação, a União Europeia está fazendo forte pressão sobre o Reino Unido para que ele formalize a sua saída o mais rápido possível.

Ainda segundo o G1, o processo para encerrar 40 anos de união não é automático e se anuncia um divórcio difícil, porque tem de ser negociado com os outros 27 membros do bloco. É a primeira vez que isso acontece.

A Câmara Baixa do Parlamento britânico, onde a maioria é contra a Brexit, deve pedir ao premiê para apresentar a Bruxelas a carta anunciando a saída do bloco. Depois disso, o Reino Unido deve ativar a Cláusula 50 do Tratado de Lisboa, que desde 2009 funciona como uma espécia de Constituição Europeia. Uma vez que esse artigo é acionado não é possível voltar atrás.

Consequências

Após o referendo ter uma decisão afirmativa quanto à saída do bloco, os mercados globais desabaram nessa sexta-feira (24). A libra chegou a cair 10% ante o dólar, o menor nível desde 1985.

Segundo a Reuters, a baixa da moeda se deu por temores de que a decisão possa atingir investimentos na quinta maior economia do mundo, ameaçar o papel de Londres como capital financeira global e gerar meses de incertezas políticas.

As ações mundiais seguiam para uma das maiores quedas registradas e companhias britânicas perderam bilhões de dólares em valor de mercado. Os grandes bancos do Reino Unido perderam 130 bilhões de dólares, com ações do Lloyds LLOY.L e do Barclays caindo até 30% na abertura.

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