Após fracasso de golpe, militares turcos são presos e expostos a humilhações

Fotos mostram soldados seminus presos; governo cogita pena de morte

Dias depois do fracasso da tentativa de golpe de Estado na Turquia, ocorrida na noite de sexta-feira (15), os militares envolvidos no movimento têm passado por represálias por parte do governo de Recep Erdogan. Uma foto que mostra dezenas de soldados seminus deitados no chão de um ginásio viralizou na internet. A divulgação da imagem veio pouco depois de Erdogan dizer que deve “limpar o país do vírus golpista”.

De acordo com o jornal britânico The Independent, há receio de que o governo reaja com brutalidade contra os responsáveis e envolvidos na operação. Mais de 6 mil pessoas foram presas depois do golpe fracassado. O tabloide afirma que os detidos temem a pena de morte, prevista na lei turca para crimes de traição à Pátria, e que não é utilizada desde 1984.

O jornal inglês The Guardian afirma que Erdogan atribui a tentativa de golpe a seu principal rival político, o líder do movimento islâmico Hizmet, Fethullah Gulen, que vive em exílio na Pensilvânia, EUA. No entanto, em entrevista à agência estatal russa Sputnik, Gulen condenou o movimento e chegou a afirmar que o próprio presidente pode ter “encenado o golpe”.

Erdogan exige a extradição de Gulen, mas o governo norte-americano se recusa a aceitar o pedido, a menos que ele prove o envolvimento do líder religioso no planejamento da insurreição. Nesta segunda-feira (18), mais de 6 mil policiais foram exonerados por suposto envolvimento no movimento que organizou a tentativa de golpe.