Turista afirma que foi enganada sobre as condições de vida das baleias do parque

O parque SeaWorld é alvo de uma nova ação na Justiça americana sob acusação de maus tratos às baleias. Segundo a ação, o local mantém os animais drogados e em piscinas rasas, fazendo com que as orcas sofram queimaduras solares.

O processo foi movido pela turista Joyce Kuhl, da Carolina do Sul, que visitou o parque em 2013. Na ação, Joyce pede um reembolso de US$ 97, referente ao preço do ingresso, para ela e outros milhares de visitantes do Sea World, com a justificativa de que foram submetidos a uma “campanha de informações falsas” sobre o tratamento dedicado às baleias e as condições das piscinas. Ela afirma que não teria ido ao parque se conhecesse os “fatos reais”. Caso a turista vença o processo na Justiça, o SeaWorld poderá ter um prejuízo de alguns bilhões de dólares.

A ação afirma que o parque está lucrando milhões de dólares através de “práticas comerciais enganosas e desonestas”.

Além disso, o documento detalha a utilização de componentes químicos na água das piscinas, que seriam prejudiciais aos mamíferos. Ainda sobre os tanques, a ação afirma as baixas profundidades resultam em queimaduras solares no animais, disfarçadas posteriormente pelos funcionários, que pintam as baleias com óxido de zinco preto.

De acordo com o processo, as orcas —que costumam viver de 30 a 50 anos— no SeaWorld sobrevivem, em sua maioria, cerca de 20 anos.

De acordo com o porta-voz do parque, Fred Jacobs, “o processo movido (ontem) parece uma tentativa, por parte de ativistas extremistas, de usar os tribunais para avançar em uma agenda antizoo. A ação não tem fundamento e está cheia de imprecisões, o SeaWorld pretende se defender contra essas alegações inexatas.” O assessor do parque complementou que o SeaWorld é inspecionado regularmente pelo governo dos Estados Unidos e duas associações profissionais.

Esta é a segunda vez que o parque é processado em menos de três semanas. Em março, um porcesso parecido, movido na Califórnia, que também acusou a empresa de mentir ao público. Na ocasião, em resposta, à ação californiana, o SeaWorld afirmou que as acusações fazem parte de um “golpe publicitário” com a intenção de gerar mais notícias sobre um livro recém-publicado pelo ex-treinador do SeaWord, John Hargrove.

Em 2013, o SeaWorld voltou ao centro das atenções de ambientalistas com o lançamento do documentário “Blackfish: fúria animal”, que retrata a forma como os animais são retirados do oceano para viver em cativeiros, trazendo depoimentos de ex-funcionários e pescadores. O filme impulsionou organizações de defesa dos direitos dos animais a fazerem pressões tanto econômicas quanto culturais pedindo o fim dos espetáculos envolvendo orcas e golfinhos.