Otan responde a alegações de Putin: “Únicas tropas na Ucrânia são russas”

Presidente russo exigiu o fim do apoio aos separatistas da Ucrânia

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Presidente russo exigiu o fim do apoio aos separatistas da Ucrânia

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, considerou, nesta segunda-feira (26), sem sentido as declarações do presidente russo, Vladimir Putin, que acusou o Exército ucraniano de ser a “legião estrangeira da Otan”, e pediu o fim do apoio aos separatistas.

“A afirmação de que há uma legião estrangeira na Ucrânia não tem sentido. Não há uma legião da Otan, as forças estrangeiras na Ucrânia são da Rússia”, disse em conferência de imprensa, após reunião extraordinária sobre a situação na Ucrânia.

Pouco antes do encontro, na sede da Otan, em Bruxelas, Vladimir Putin tinha acusado a organização de usar o Exército ucraniano como uma “legião estrangeira” para “conter” a Rússia.

O conflito no Leste da Ucrânia, na zona separatista pró-russa, teve uma nova escalada no sábado (24), com o bombardeamento do porto estratégico de Mariupol, que deixou 30 civis mortos e centenas de feridos.

Stoltenberg condenou a escalada de violência e considerou “injustificados e inaceitáveis” os ataques recentes. “Apesar das promessas repetidas de trabalhar para uma solução pacífica, a Rússia continua a dar o seu apoio, treino, equipamentos e forças”, acusou.

O responsável máximo da Otan disse ainda que, nas últimas semanas, aumentou o fluxo de equipamento que os russos fazem chegar aos separatistas ucranianos, entre artilharia pesada, tanques, veículos blindados e sistemas eletrônicos militares, tendo insistido novamente com Moscou para “parar imediatamente de apoiar os separatistas”.

Para quinta-feira está marcada uma reunião extraordinária de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) sobre a situação na Ucrânia.

No último sábado (24), a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, advertiu Moscou que a “escalada vai inevitavelmente provocar uma grave deterioração das relações entre a UE e a Rússia”, e alguns estados-membros já reclamam a adoção de novas sanções contra a Rússia, acusada de dar apoio político, militar e financeiro aos separatistas.