Jovens nos EUA trocam dívidas por vida em microcasas

Casa tem varanda, sala, cozinha, banheiro e loft com cama de casal

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Casa tem varanda, sala, cozinha, banheiro e loft com cama de casal

Quem caminha pela rua Hamlin, no nordeste de Washington, pode confundir a construção de madeira nos fundos de uma espaçosa residência com uma casa de bonecas. Mas há poucos meses o caixote se tornou o lar da geógrafa Lee Pera, de 37 anos.

Pera levou três anos para construir a casa, erguida sobre rodas e que soma 13 metros quadrados, área equivalente à de uma caminhonete de cabine dupla.

Ela diz que, em vez de aprisioná-la, morar naquele espaço lhe proporcionou mais tempo livre e uma vida social mais intensa. Antes, Pera morava num apartamento e não tinha acesso a áreas externas.

“Adoro chegar em casa à tarde e sentar na varanda, e também adoro ter um armário menor. É muito bom não ter que pensar em tantas opções”, ela afirma à BBC Brasil.

Rodeada por árvores e estacionada no quintal da casa de amigos, a residência de Pera é composta por varanda, sala, cozinha, banheiro e um “loft” com cama de casal.

A geógrafa pertence a um grupo crescente de americanos que, embora escolarizados e com boas perspectivas profissionais, têm optado por viver em casas minúsculas sobre rodas.

Muitos querem evitar passar décadas em trabalhos indesejados em troca de salários que permitam saldar os empréstimos da casa própria.

Outros buscam um estilo de vida mais simples e ecológico, livre do consumismo que marca a vida nos subúrbios americanos.

Outros ainda, como o casal Guillaume Dutilh e Jenna Spesard, querem poder viajar sem sair de casa.

Acompanhados por sua cadela Salies, eles já percorreram 31 mil quilômetros (dez vezes o trajeto de Porto Alegre a Manaus) desde que começaram a viajar pela América do Norte, há quase um ano.

O trio, que mantém o blog “Tiny House, Giant Journey” (casa minúscula, jornada gigante), está agora no Alasca.

Em comum, quase todos construíram suas casas – ou ao menos parte delas – com as próprias mãos, orientados por livros, blogs e fóruns na internet.

O movimento das casas minúsculas (“tiny houses”) foi retratado no documentário , exibido no Netflix, e no , veiculado na TV americana.

O movimento considera minúsculas casas com até 400 pés quadrados (37 metros quadrados). Não há dados sobre quantos americanos moram nessas residências.