Google censura buscas sobre como se unir ao ‘EI’

O Google eliminou a sigla de suas sugestões automáticas

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O Google eliminou a sigla de suas sugestões automáticas

Na manhã desta sexta-feira (6), o Google oferecia o complemento automático “Isis” às pessoas – no Reino Unido e Estados Unidos – que iniciavam uma busca escrevendo “como posso me unir”.

A sugestão “Isis” – sigla em inglês do grupo extremista autodenominado “Estado Islâmico” (EI), organização jihadista que controla grandes áreas no Iraque e na Síria – vinha em quarto lugar, atrás de “à polícia”, “aos iluminati” e “a um sindicato”.

Alertado pela BBC, o Google eliminou a sigla de suas sugestões automáticas uma hora e meia depois.

Mas, se o Google censura termos em sua busca, por que não o fazia com este?

O Google diz que as sugestões oferecidas aos usuários são baseadas em “uma série de fatores, entre eles a popularidade de um termo usados nas buscas”.

Ainda avalia “200 sinais ou pistas que permitem averiguar o que possivelmente esteja sendo buscado”, inclusive a posição geográfica do usuário.

Os termos que outros usuários buscaram no passado também influem nas opções oferecidas.

O Google já eliminou anteriormente alguns termos de suas sugestões, como insultos ou palavras de conteúdo sexual, por motivos legais ou por considerá-los de mau gosto.

“Atualizamos periodicamente nossos sistemas para melhorar as buscas, por isso os termos sugeridos podem mudar com o tempo”, diz um porta-voz da companhia.

“Excluímos apenas um pequeno grupo de buscas, como as relacionadas com pornografia, violência, discurso de ódio e infrações de direitos autorais.”

Grupo extremista controla áreas no Iraque e na Síria

Ideologia

No mês passado, o Reino Unido e os Estados Unidos prometeram trabalhar conjuntamente para evitar a disseminação de ideologias extremistas.

O “EI” é conhecido por usar redes sociais, como Twitter, Facebook e Instagram, para difundir mensagens, fotos e clipes, estimulando seus seguidores a fazerem o mesmo.

Acredita-se que o grupo e seus apoiadores tenham usado também videogames, panfletos e vídeos para recrutar combatentes.

Mas nem sempre uma busca com o nome de um grupo extremista é um sinal de que uma pessoa concorda com suas ideias ou propostas, explica Danny Sullivan, fundador e editor do site Search Engine Land, dedicado a ferramentas de buscas.

“Pode ser que uma pessoa faça esta busca como parte de uma investigação, para averiguar sobre o ‘EI’, e não por que eles querem se unir ao grupo”, afirma Sullivan.

“Mas a razão pela qual Isis (ou ‘Estado Islâmico’) aparecia como uma das primeiras opções era o grande número de pessoas que escreviam ‘Como posso me unir ao Isis’ na caixa de busca.”

No entanto, os jihadistas em potencial não conseguiriam aprender muito com estas buscas. Os resultados traziam basicamente reportagens sobre o ‘EI’ e suas formas de recrutamento.