Copiloto da Germanwings sofria de psicoses e temia cegueira

Ao todo, Lubitz teria se consultado com 41 médicos diferentes nos últimos cinco anos

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Ao todo, Lubitz teria se consultado com 41 médicos diferentes nos últimos cinco anos

Novas informações sobre a vida de Andreas Lubitz, o copiloto da companhia aérea Germanwings que deliberadamente jogou um avião contra os Alpes franceses em março, foram reveladas no final desta semana pelas autoridades encarregadas pela investigação da tragédia que deixou 150 mortos.

Segundo estas informações, divulgadas pela rede de notícias americana CNN, Lubitz temia ficar cego e sofria de uma depressão severa e psicoses. Teria, inclusive, dito para pessoas próximas que “a vida perderia o sentido se perdesse a visão”, contaram os investigadores.

Ao todo, Lubitz teria se consultado com 41 médicos diferentes nos últimos cinco anos. No mês anterior à tragédia, o copiloto teria visitado sete médicos e ficado dez dias afastado do trabalho por recomendação de um destes profissionais. Na lista de especialidades, constam clínicos-gerais, neurologistas, oftalmologistas e psiquiatras.

Os problemas de saúde enfrentados pareciam já trazer sérios prejuízos para a sua visão. No escuro, teria ele relatado para um dos médicos, era capaz de identificar apenas entre 30% e 35% dos objetos apresentados. A ansiedade causada por tal dificuldade teria ainda impactado o seu sono.

Do lado da Germanwings, a empresa segue afirmando que jamais teve notícias do estado de saúde de seu piloto. Na Alemanha, médicos não são obrigados a revelar pareceres por conta de leis que protegem a privacidade dos pacientes.

As investigações continuam e ainda existem perguntas a serem respondidas. A principal delas é a extensão do desconhecimento da empresa acerca das condições de Lubitz. Também ainda faltam os resultados dos exames toxicológicos realizados no corpo do copiloto.

 

Acidente

A tragédia com o Airbus A320 da companhia aérea alemã Germanwings aconteceu no dia 24 de março de 2015. Naquela manhã, o voo 4U9525 deixou a cidade de Barcelona, na Espanha, e seguia para Düsseldorf, na Alemanha. 45 minutos após a decolagem, enquanto sobrevoava os Alpes franceses, a aeronave desapareceu dos radares.

Dias depois do aparente acidente, informações estarrecedoras sobre a verdadeira causa da tragédia vieram à tona: de acordo com gravações de uma das caixas-pretas, Lubitz teria se trancado do lado de dentro da cabine e deliberadamente derrubado o avião contra o solo, matando 150 pessoas de diferentes nacionalidades.

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