Os traficantes de droga australianos Myuran Sukumaran e Andrew Chan podem ser executados na terça-feira

A Austrália pediu hoje (27) à Indonésia que garanta que todos os processos legais são ilibados de corrupção antes de executar dois dos seus cidadãos,  em que surgem acusações contra os juízes.

A ministra das Relações Exteriores australiana, Julie Bishop, falou com o ministro das Relações Exteriores indonésio, Retno Marsudi, ontem (26) à noite, enquanto o primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, escreveu ao presidente da Indonésia, Joko Widodo, para pedir novamente que as execuções sejam suspensas.

Os traficantes de droga australianos Myuran Sukumaran e Andrew Chan podem ser executados na terça-feira (28), com o brasileiro Rodrigo Gularte e outros presos da Nigéria, Filipinas e Indonésia, todos condenados à morte por tráfico de drogas.

Bishop argumentou que os homens não devem ser executados enquanto há dúvidas legais. “Devo indicar que os advogados de Chan e Sukumaran vão apresentar recurso ao Tribunal Constitucional da Indonésia”, disse.

“Ocorre também uma investigação, em separado, da Comissão Judicial Indonésia sobre suspeitas de corrupção no julgamento original. Estes dois processos levantam questões sobre a integridade da sentença e o processo de clemência”, ressaltou.

Por esse motivo, Bishop pediu a Marsudi que “nenhuma ação seja tomada em relação às execuções até que estes processos legais sejam determinados”.

Hoje, a Fairfax Media publicou alegações de corrupção por parte dos juízes que condenaram os dois australianos, em 2006, acusando-os de terem pedido o equivalente a cerca de 96 mil euros, na época, para que fossem atribuídas penas de prisão inferiores a 20 anos.

A publicação cita o então advogado indonésio, Muhammad Rifan, ao afirmar que o acordo caiu por terra por intervenção de Jacarta, que alegadamente ordenou que os dois fossem condenados à morte.